Embarque imediato em Ilhabela

Com ocupação em alta após meses de fechamento, Ilhabela comemora sem descuidar dos protocolos de segurança

Por: Carlos Eduardo Oliveira  -  01/11/20  -  22:30
Com ocupação em alta após meses de fechamento, Ilhabela comemora sem descuidar da segurança
Com ocupação em alta após meses de fechamento, Ilhabela comemora sem descuidar da segurança   Foto: Carlos Eduardo Oliveira/ Especial para A Tribuna

Será a tal demanda reprimida? De acordo com o decreto 8257 da prefeita Maria das Graças Ferreira dos Santos Souza, desde 2 de outubro todo o serviço receptivo de Ilhabela está autorizado a operar a 100% de sua capacidade ocupacional. E o que se vê é que, após meses de penúria devido à pandemia, comércio e atividades do paraíso (lojas, hotéis, pousadas, bares, restaurantes etc) podem comemorar um inesperado surto de ótimos índices de ocupação turística. E o que é melhor: fora de temporada.


Clique aqui e assine A Tribuna por apenas R$ 1,90. Ganhe, na hora, acesso completo ao nosso Portal, dois meses de Globoplay grátis e, também, dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


O que não significa que protocolos rígidos não estejam em vigor. “No nosso caso, isso inclui, entre outras medidas, funcionários com luvas, toucas e sapatos de borracha, sempre usando máscaras. E o emprego de um forte químico hospitalar misturado com água na limpeza de todas as superfícies”, assegura o norte-americano Michael Coleman, proprietário do charmoso Refúgio da Harmonia, pousada na face norte, na Praia Grande. Coleman dá um panorama do que foi a paralisação das atividades comerciais no município, em março. “Foi mais que lockdown.


Fechou tudo que não fosse supermercado, farmácias, bancos. Até a balsa”, diz, em referência ao obrigatório transfer de acesso à ilha. Nem residentes tinham livre acesso. “Muitos veranistas, pagantes de IPTU, que queriam fugir da pandemia nas grandes cidades, não conseguiram entrar. E quem saísse sem a permissão emitida pela prefeitura com critérios pouco claros, teria muitos problemas para voltar”, revela. “Foi tudo muito rígido e controlado”.


Presidente do Ilhabela Convention & Visitors Bureau, Coleman diz que nenhum hotel ou pousada na ilha faliu, mas alguns, menores, optaram por ainda seguir fechados. As restrições começaram a ser paulatinamente revistas a partir de agosto, e o divisor de águas, ele diz, foi o último feriado de 7 de Setembro (Dia da Independência). “A partir dali, e com a liberação de 100% da capacidade no começo de outubro, vivemos um pico contínuo, como se estivéssemos na alta temporada”.


No Ilhabela Flat Hotel, na Praia do Perequê, o visitante é recebido por um painel de acrílico na recepção e tapetes sanitizantes nos principais acessos das áreas comuns. A equipe trabalha devidamente paramentada, há vários pontos de álcool gel por todo o empreendimento, e capas impermeáveis para travesseiros, nas camas dos 80 apartamentos. Segundo a direção, o hotel tem trabalhado com praticamente 100% de sua capacidade ocupacional.


Com bons números, os restaurantes e bares da ilha também estão otimistas – mas nem por isso baixam a guarda. “O movimento está superbom, mesmo sem ser temporada, mas estamos respeitando todas as normas nessa reabertura, com a vantagem de poder fechar às 23 horas, um pouco mais tarde que São Paulo”, afirma a chef restaurateur Renata Vanzetto, cujo celebrado Marakuthai deu lugar, no mesmo endereço, ao novo restaurante Pescadora, em março último, pouco antes do lockdown.


“Estamos trabalhando com 60% de ocupação, mantendo distanciamento social e colocando álcool gel à disposição nas mesas”. Como parte do Festival do Camarão 2020, a chef tem cozinhado o Camarão Fora da Moranga (“é o camarão na moranga desconstruído”, brinca), no qual o crustáceo surge ladeado por abóbora japonesa, molho à provençal, catupiry e arroz com mandioquinha palha. “Ele é parte do novo menu praiano, caiçara, do Pescadora, no qual valorizamos, além dos peixes e frutos do mar de Ilhabela, produtos locais como coentro do mato, taioba e ora-pro-nóbis”, enumera a chef.


Todos a bordo


Ir a Ilhabela e não navegar é quase paradoxal. Afinal, a cidade é conhecida mundialmente como a capital da vela e dos esportes náuticos, Até porque o mar é por vezes o caminho mais curto rumo a paraísos terrenos como as praias do Bonete e de Castelhanos, duas das mais bonitas (e preservadas) da América do Sul. Há inúmeras opções de operadoras, programas e embarcações. A bordo de lanchas Focker 255, a I.G. Alberti zarpa com grupos de até sete pessoas para roteiros ao redor de toda a extensão da ilha.


Rumo às atrações do canal de São Sebastião (ao Norte, Pedra do Sino, Armação, Perequê, Ponta Azeda e Pinto; ao Sul, Ilha das Cabras, praias do Oscar, Portinho, Feiticeira, Curral, Praia Grande), o preço é de R$ 1.600 por três horas de passeio. Já para as maravilhas atrás da ilha (ao Norte, praias do Jabaquara, da Fome, Eustáquio, Castelhanos; ao Sul, Buraco do Cação, Bonete, Enchovas, Indaiaúba), o investimento é de R$ 3.200, com embarque às 10 horas e retorno às 17 horas. Os valores incluem gelo, água mineral, combustível e o comandante. Importante: o skipper usa máscara e, a cada viagem, o barco é sanitizado. Informações: (12) 99789-9954.


Festival do Camarão 2020


Em tempos de pandemia, o tradicional e amado evento gastronômico de Ilhabela perde seu grande charme justamente no ano em que festeja 25 anos: a participação do público. Ao invés de petiscar irresistíveis manás a bons preços nas barraquinhas do democrático Boulevard do Camarão, locais e visitantes terão que se dirigir aos restaurantes, pizzarias e bares participantes. A lista completa encontra-se em festivaldocamaraodeilhabela, no Facebook, e em #camaraoilhabela2020. O festival prossegue até dia 15 de novembro. 


Cachaçarilha


Bem no centrinho antigo, esse simpático empório tem o astral dos antigos armazéns de secos e molhados (a começar do prédio que ocupa), excelente atendimento e preços convidativos. O must são os produtos artesanais: doces, queijos, farinhas, embutidos, petiscos, condimentos, licores etc. É possível degustar um pouco de tudo. Atenção à carta de cachaças de estirpe, variadíssima (e para todos os bolsos). Rua Santa Tereza, 36, Vila. Telefone: (12) 3896-3333. 


Cachoeira e Engenho da Toca


Além de refrescar-se na cachoeira homônima (R$ 20 por pessoa, menores de 10 anos não pagam), vale a pena conhecer o último remanescente dos históricos engenhos de Ilhabela, ainda produzindo (e vendendo) licores e cachaças. Estrada da Toca, 1000 – tel.: (12) 99793-3354 – www.cachoeiradatoca.com.


Bar do Genésio


Um clássico de Ilhabela, a meio caminho das praias do Norte. Pequeno, acolhedor, é o contraste boteco raiz – cerveja gelada e petiscos, simples assim – com a infraestrutura turística badalada da vizinhança. Sua celebrada empada de camarão tem fãs até no exterior. De quebra, dois dedos de prosa com o anfitrião, no comando desde os anos 1960, sempre a colorir histórias de Ilhabela, como a dos antigos engenhos de cachaça – apesar das ofertas, sua coleção de rótulos históricos de branquinhas nativas da ilha é particular e invendável. Abre meio-dia. Av. Pedro de Paula Moraes, 770. Telefone: (12) 99778-4174. 


Contatos


- Pousada Refúgio da Harmonia - R. Joaquim José Lourenço, 69, Praia Grande. Tel.: (12) 3894-9333; Site: www.refugiodaharmonia.com.br


- Ilhabela Flat Hotel - Av. Princesa Isabel, 747, Praia do Perequê. Tel.: (12) 3895-3000; Site: www.ilhaflat.com


- Restaurante Pescadora - Av. Força Exp. Brasileira, 495, Saco do Indaiá. Telefone: (12) 3896-5874.


(*) Carlos Eduardo Oliveira é jornalista


Logo A Tribuna
Newsletter