Cosmopolita e milenar: uma cultura ancestral se sobressai em Lima

De repente, um conjunto de pirâmides, que ficou séculos encoberto de areia, emerge na superfície urbana da capital do Peru

Por: Mário Jorge de Oliveira & Da Redação &  -  05/01/20  -  19:18
Atualizado em 05/01/20 - 19:43
Museu Larco, criado em 1926, guarda objetos coletados após intensas pesquisas na costa norte do país
Museu Larco, criado em 1926, guarda objetos coletados após intensas pesquisas na costa norte do país   Foto: A Tribuna

Uma cidade moderna, com obras por toda a parte, edifícios não tão altos e cosmopolita. Mas ao mesmo tempo, milenar. Uma das paradas obrigatórias em Lima, são as pirâmides de Huaca Pucllana, sítio arqueológico onde vivia a população pré-colombiana (subdivisões periódicas antes da chegada dos europeus), no bairro de Miraflores.


Ali se desenvolveu a chamada Cultura Lima. Até serem descobertas, as pirâmides estavam “escondidas” sob dunas de areia onde havia provas de motocross. Nos anos 1980, foi encontrada por meio de escavações e pesquisas.


A área é gigantesca (em torno de 150 mil metros quadrados, e já foi maior) com subdivisões e andares escalonados, feitos de adobe, espécie de tijolo confeccionado artesanalmente com massa de barro.


Pela época e condições climáticas, as pirâmides mantêm um alto grau de preservação, mas ainda assim recebem proteção especial de especialistas, como camadas de cimento por cima.


A grande pirâmide tem cerca de 20 metros de altura e abrigava os clérigos de elite que dominavam o vale. Havia ainda uma área para sacrifícios, feitos para agradar aos deuses da Cultura Lima.


As visitas, que duram cerca de uma hora, só podem ser feitas com guias que relatam toda a história do local. Aliás, o sítio está cercado por prédios e casas modernas, mas convive em harmonia com as construções.


A Huaca Pucllana tem horário diurno: das 9 às 17 horas. A entrada, até dezembro passado, custava 15 soles (adultos), mas crianças, estudantes de curso superior e professores pagam 7,50 (soles). Já no período noturno, com iluminação especial, abre das 19 às 22 horas. Os preços sobem um pouco: 17 soles (adultos) e 8,50 (soles, crianças até 12 anos e idosos). Mais informações no site do Museo de Sitio Pucllana.


Povo da Cultura Lima, que habitava o entorno das pirâmides de Huaca Pucllana, durante o trabalho
Povo da Cultura Lima, que habitava o entorno das pirâmides de Huaca Pucllana, durante o trabalho   Foto: A Tribuna

Museu Larco


Ainda em Lima, um outro mergulho na história é visitar o Museu Larco, no bairro Pueblo Libre. A entrada já vale o passeio: situado numa fazenda, as paredes são ornamentadas com plantas e flores, que conferem um colorido estonteante. Por dentro, um imenso gramado que leva a outra coleção de espécies vegetais, igualmente de tirar o fôlego.


No espaço interno, um pouco mais sobre a Cultura Lima (algo entre os anos 100 e 700 da era cristã). Ali estão milhares de peças confeccionadas por este povo pré-colombiano. Vasos, copos, esculturas, artefatos de guerra e caça, intactos para apreciação dos visitantes. Há também um recinto denominado sala erótica, com abordagens peculiares sobre sexualidade e reprodução no período.


O museu leva o nome de seu fundador, Rafael Larco Hoyle. Criado em 1926, o espaço cultural foi objeto de intensas pesquisas arqueológica na costa norte do país, coalhada de sítios históricos. Antes de ser um rico acervo, o museu tem o espetacular condão de conectar os visitantes a um passado longínquo do Peru antes da chegada dos navegadores espanhóis.


Está aberto de segunda-feira a domingo e os preços, ao menos até o final do ano passado, eram de 30 soles (adultos), 25 soles (maiores de 60 anos) e 15 soles (crianças menores de 15 anos).


Estas são algumas das atrações histórias de Lima. É bom ir com tempo para aproveitar cada templo de conhecimento. Depois, entre de cabeça na riqueza e cultura de outras cidades, como a mítica Machu Picchu, no alto da Cordilheira dos Andes, e Cusco, também na região das famosas montanhas. Veja mais no site do Museo Larco.


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