Nova Cintra guarda histórias e se acostuma com a modernidade em Santos

A avenida que leva ao bairro, de nome Santista, retrata o orgulho de quem nasceu e cresceu por ali

Por: Júnior Batista  -  20/01/21  -  12:12
O batismo do bairro foi feito por um português, inspirado na cidade de Sintra, em sua terra natal
O batismo do bairro foi feito por um português, inspirado na cidade de Sintra, em sua terra natal   Foto: Carlos Nogueira/AT

Quem não é de Santos às vezes nem sabe que existem outras “cidades” além dos bairros que ficam perto da praia. A chamada Zona Leste, que engloba do José Menino à Ponta da Praia, passando pelos bairros acima da linha férrea, como Campo Grande e Macuco, por exemplo, é só uma parte da Cidade.


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Do outro lado da ilha há a tradicional Zona Noroeste. E há, claro, os morros. Um deles, em especial: o Nova Cintra. A avenida que leva ao bairro, de nome Santista, retrata o orgulho de quem nasceu e cresceu por ali ser tão grande quanto de quem diz ter convivido com o mar como quintal.


No alto do Nova Cintra, há um quê de interior. No “centro” dele, a Praça Guadalajara, está a Igreja São João Batista, tal qual as cidades pequenas – em Itanhaém, por exemplo, há a Igreja Matriz, que, como seu nome, é a principal do local.


>No nome, está a história da exploração. Sintra é uma cidade de Portugal que parece com o morro. O nome foi dado por José Luís de Matos, um português que foi para lá no fim do século 19. O local também já teve o nome de Morro dos Prados. O que se sabe mesmo é que até cachaça já teve no início do século 20, graças às mudas de cana-de-açúcar vindas da Ilha da Madeira.


Família


E como no Interior, muita gente se conhece. “Aqui, no fim da viela, mora a minha irmã, essa casa da frente é da minha tia, e minha prima mora nessa outra aqui”, diz Sônia Alzira, de 55 anos, apontando para as casas enquanto conversa com a Reportagem.


A dona de casa mora no Nova Cintra, numa das primeiras casas logo após subir o morro. Diz que o morro melhorou muito. As calçadas estão novinhas e o asfalto está durando. Ainda assim, reclama da falta de educação das pessoas que possuem cachorros e não retiram as fezes e do trânsito que se forma depois das 17 horas.


“Não dá para atravessar a rua. E fora que tem que tomar cuidado porque os motoqueiros ultrapassam na contramão”, conta.


A irmã, Sidneia Abevitoriano, de 50 anos, concorda. Diz que os tempos mudaram e que houve melhorias, sim. “Eu gosto de morar aqui. Já foi pior, mas hoje é mais tranquilo. O lance é mesmo essa coisa do trânsito, que ninguém aguenta”, afirma.


Alagamentos


Quem acha que morro não alaga, engana-se. Segundo os moradores mais antigos, o problema, raramente presenciado por eles no passado, vem acontecendo recentemente.


Na semana passada, ocorreu no cruzamento das ruas José Ozéas Barbosa e Avenida Brasil, onde está sendo construído um conjunto habitacional.


“Nunca havia enchido ali. Acredito que tenha a ver com a obra”, diz o empresário Vitor Fernandes, que possui um lava-rápido na Avenida Santista, próximo ao local da enchente.


Ele também falou do trânsito, mas diz que o bairro evoluiu muito nas últimas décadas. “Cresci e moro aqui há 39 anos. No geral, é um bairro muito bom, com um trânsito ainda caótico, mas que evoluiu bastante”, diz.


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