Há meses moradores e comerciantes do bairro Marapé viram o número de furtos e roubos aumentar na região. Segundo eles, indivíduos pegam desde relógios de luz, até a grade dos bueiros das vias. Revoltados com a situação, eles acreditam que a falta de controle no número de usuários de drogas, pessoas em situação de rua e a venda dos objetos em ferros-velhos irregulares tem contribuído para que a situação se agrave.
Samantha Siqueira conta que tem um comércio no bairro e fez uma obra grande no estabelecimento, mas que durante a reforma indivíduos entraram quatro vezes para furtar objetos. Ela e os outros munícipes acreditam que após o furto, essas pessoas vendem os objetos, em sua maioria feitos de aço ou cobre, em ferros velhos irregulares.
"Eu cheguei a fazer o boletim de ocorrência também e o que os policiais relataram foi que parece que eles roubam pra vender em alguns ferros-velhos. Parece que tem vários já em investigação. Então foram quatro oportunidades, em uma delas levaram o alumínio das janelas, que nós já havíamos comprado para instalarem, na outra havia ferramentas dos pedreiros", diz Samantha.
A advogada conta, ainda, que o bairro possui núcleos da Vigilância Solidária e que por um tempo esse tipo de ocorrência até parou, mas atualmente sentem que o policiamento precisa ser reforçado. Outra observação dos moradores é que o número de pessoas em situação de rua próximo ao túnel do VLT, no José Menino, e no "pé" do Morro do Marapé tem aumentado, resultando na busca dessas pessoas pelo furto dos materiais no Marapé.
Samantha também relembra outras situações mais recentes, como um aluno dela e um cliente de um mercado, que foram assaltados, e os materiais de uma obra que foram furtados.
Vera Lúcia Pinto é a proprietária da obra, localizada na Rua Dom Duarte Leopoldo e Silva, que foi furtada recentemente. Ela explica que está difícil de trabalhar nessas condições e gostaria que algo fosse feito para que situações assim não acontecessem mais. "Parece que o Marapé inteiro foi invadido por craqueiros, que estão cometendo pequenos furtos na região. Eles não se inibem com as câmeras. A policia diz que os pegam e os delegados os soltam. Tem ferro-velho a madrugada inteira pra comprar esses furtos. Roubam até canos de PVC", relata a engenheira.
Fiscalização
Em nota, a Prefeitura informa que, atendendo reivindicações de moradores e comerciantes, revitalizou o entorno do túnel do VLT no José Menino. A área foi reurbanizada e ganhou uma praça. Desde o final de 2019, o local é monitorado ininterruptamente com o apoio da Polícia Militar (PM). Das 7h às 19h fica a Guarda Civil Municipal (GCM) e das 19h às 7h a Polícia Militar.
Sobre a presença de usuários de drogas no local, a Administração explica que o programa Consultório na Rua faz ações educativas e de orientação sobre tratamento de dependência química e outras doenças.
A Prefeitura destaca, ainda, que ocorrências de crimes (furtos, roubos, tráfico de drogas etc.) e grandes aglomerações são de responsabilidade da Polícia Militar, que deve ser acionada pelo telefone 190. A GCM presta apoio sempre que solicitada pelas autoridades policiais.
A Reportagem de ATribuna também entrou em contato com a polícia, que não retornou até o momento.