Encruzilhada, o caminho do centro para a praia mantém tranquilidade

Segundo moradores, proximidade e boa oferta de comércios deixa bairro mais atrativo

Por: Júnior Batista  -  10/11/20  -  10:30
O caso ocorrido no bairro Encruzilhada segue em investigação
O caso ocorrido no bairro Encruzilhada segue em investigação   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Se levar ao pé da letra, o Centro de Santos, do lado leste, pode muito bem ser o bairro da Encruzilhada. É o que dizem os moradores antigos do bairro, que fica no meio do caminho entre a praia e o Centro. 


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Realmente é pertinho de tudo. Basta atravessar a linha férrea e caminhar (com vontade) para descer o Boqueirão e chegar ao mar. Só subir a Avenida Washington Luís (Canal 3) ou a Conselheiro Nébias (também com vontade) e tá no Centro.


Apesar de ter sido criado pelo Plano Diretor de 1968, o bairro existe desde o início do século 19. Na época, em 1822, para chegar à Barra (praia), a população que residia no Centro, Valongo e Paquetá utilizava o Caminho da Barra.


Em 1867, Ignácio Wallace da Gama Cochrane abriu uma ‘’via expressa’’ para a praia, denominada inicialmente Caminho Novo da Barra, que mais tarde foi renomeada para Rua Otaviana, Rua da Independência e, atualmente, a Avenida Conselheiro Nébias. O encontro dos dois caminhos (o velho e o novo) passou a ser chamado de Encruzilhada. Tornou-se tão popular que tornou-se o nome oficial do bairro.


Segurança


E lá tem a tranquilidade de um bairro residencial e não fica para trás quando o assunto é comércio. Só peca mesmo, segundo alguns moradores da Rua Carvalho de Mendonça, na segurança. Tem havido muitos furtos de baterias de carro próximo à Praça Padre Champgnat. Logo ali, no símbolo do bairro, perto da Sociedade de Melhoramentos e de uma das padarias mais tradicionais de Santos, a Camões.


Seu José Moraes, de 62 anos, reclama porque de morar na Carvalho. Está há 25 anos no mesmo apartamento e não quer sair, mas ter sido roubado duas vezes o deixou pensativo. “É um bairro muito bom, mas isso me deixou chateado. É triste porque aqui sempre foi lugar de se andar tranquilamente, seja para ir para a Cidade, seja para ir na praia”, conta.


Na porta da loja de imóveis usados do Douglas Oliveira e o filho Gabriel Oliveira, há sete anos naquele mesmo ponto, ouvindo o lamento do José Moraes, o comerciante diz que esse é um ponto fraco do bairro, mas que não tira o charme e a tranquilidade do restante do perímetro que pertence à região perto do primo badalado, o Boqueirão. 


“Trabalhamos e moramos aqui. Os clientes já são amigos, conhecemos todos. Esse problema tem surgido e preocupado, mas não faz a gente deixar de gostar daqui”, conta ele. 


Essa sensação também conquistou os recém-chegados. A aposentada Nereide de Barros, de 63 anos, aproveitou a manhã para levar os netos Alana e Mário ao parquinho da Praça Padre Champagnat. Moradora do bairro há um ano, mas familiar de Santos há pelo menos 30, por conta da mãe morar aqui, diz só ver lado positivo. “É um bairro bom, sim. Me sinto segura, as pessoas daqui moram há muito tempo, os comerciantes são antigos. Parece uma grande família”, afirma.


Paz e sossego


Num outro ponto do bairro, na Rua General Miguel Costa, a aposentada Leia Possato, de 74 anos, diz que houve períodos menos sossegados, com mais criminalidade, mas que os tempos foram melhorando aos poucos. 


Na rua, mantém muitos amigos e a casa ao lado da dela viu ser construída. Com 40 anos de bairro, aponta esse clima familiar como decisivo para se manter vivendo na Encruzilhada. 


“Além disso, há muitos serviços, é próximo de tudo e há comércios. Dá para fazer de tudo sem precisar sair daqui e ter que ir no Gonzaga ou no Centro”, diz.


Resposta


Questionada, a Polícia Militar não respondeu até a publicação desta Reportagem.


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