Vantagens logísticas mantêm Porto de Santos na rota de exportação de grãos

Custo inferior do frete por quilômetro rodado em comparação ao Arco Norte é destacado

Por: Bárbara Farias  -  16/02/23  -  21:22
o Porto de Santos foi responsável por 45,71% das exportações de grãos do Mato Grosso, totalizando 22,44 milhões de toneladas
o Porto de Santos foi responsável por 45,71% das exportações de grãos do Mato Grosso, totalizando 22,44 milhões de toneladas   Foto: Arquivo/AT

Custo inferior do frete por quilômetro rodado, entrega direta do produto no ponto de exportação e oportunidade de retorno à Região Centro-Oeste com outra carga embarcada, diluindo custos com transporte. Esses são alguns motivos que mantêm o Porto de Santos competitivo para a exportação de grãos, mesmo diante do expressivo crescimento dos portos do Arco Norte, que em 2022 superaram pela primeira vez o complexo santista no embarque de produtos como milho e soja ao exterior, conforme A Tribuna mostrou no último domingo.


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Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que o frete rodoviário entre Sorriso (MT), o maior município produtor de soja do Brasil, e Miritituba (PA), que é rota para o Porto de Santarém (PA), um dos principais do Arco Norte, custava no ano passado R$ 275,82 a tonelada por quilômetro, sendo 33,4% mais barato em valores absolutos que o frete entre Sorriso e Santos, que sai a R$ 414,37 (tonelada/km).


Contudo, a distância é quase o dobro – 1.075 km até o terminal paraense e 2.007 km até o porto santista –, o que torna o frete para Santos mais competitivo e 19,5% mais barato na comparação com a outra rota na relação valor/quilômetro rodado (R$ 0,206 tonelada/km para Santos e R$ 0,256 tonelada/km para Miritituba).


O consultor portuário e sócio-diretor da Agência Porto Consultoria, Ivam Jardim, aponta dois fatores que justificam a vantagem de Santos como rota logística em relação ao Arco Norte.


“Em Santos, a carga já é transferida diretamente ao ponto de exportação, enquanto em Miritituba é necessário que ela seja levada do caminhão ao modal hidroviário para percorrer um trajeto de 260 quilômetros até o porto de exportação mais próximo: Santarém. Outro fator é a alta disponibilidade em Santos, dando aos caminhoneiros a possibilidade de obter um frete de retorno com fertilizantes ou outra carga, diluindo o custo total e evitando o prejuízo de voltar ao Centro-Oeste sem carga”.


Por sua vez, o Imea explica que um dos motivos que favoreceram a exportação de grãos produzidos no Mato Grosso por meio da rota paraense foi a recuperação da infraestrutura da rodovia BR-163.


“Desde a conclusão da pavimentação da BR-163, o corredor Itaituba/Miritituba se tornou uns dos corredores consolidados para o escoamento da safra. Antes da conclusão da pavimentação, foram enviados 1,98 milhão de toneladas de grãos de Mato Grosso para Santarém, quando somado soja e milho. Já em 2022, com a obra pronta, esse volume totalizou 4,12 milhões de toneladas", explicou a entidade.


Safra


Mato Grosso produziu 84,72 milhões de toneladas na safra 2021/2022, quando somado soja e milho, exportando 49,1 milhões de toneladas desse total, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.


De acordo com o Imea, o Arco Sul movimentou 50,06% do total exportado, enquanto o Arco Norte obteve 49,94% de participação, com destaque para os portos de Barcarena (PA), Santarém (PA), Itaqui (MA) e Manaus (AM). Já o Porto de Santos foi responsável por 45,71% das exportações de grãos do Mato Grosso, totalizando 22,44 milhões de toneladas.


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