Temporada de cruzeiros vai trazer 360 mil passageiros a Santos

Estimativa é do Concais, cujo terminal no Porto responderá por 65% dos embarques nacionais em 2022/2023

Por: Anderson Firmino  -  19/08/22  -  07:32
Atualizado em 22/08/22 - 10:30
Realizado no auditório do Grupo Tribuna, o Summit Cruzeiros reuniu importantes nomes nacionais do setor
Realizado no auditório do Grupo Tribuna, o Summit Cruzeiros reuniu importantes nomes nacionais do setor   Foto: Matheus Tagé/AT

A temporada de cruzeiros 2022/2023, que em Santos começará no dia 2 de novembro, tem a previsão de 360 mil viajantes circulando pelo Terminal de Passageiros Giusfredo Santini. A estimativa é da diretora de operações do Concais, Sueli Martinez, que participou nesta quinta-feira (18) do 2º Summit Cruzeiros, realizado no auditório do Grupo Tribuna.


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O evento reuniu autoridades, empresários, profissionais e especialistas do setor, que vive a expectativa de uma temporada com oito navios passando pelo cais santista, reforçando a importância de uma indústria que movimenta a economia local e gera milhares de empregos.


“O Concais é a porta de entrada dos cruzeiros, sendo responsável por cerca de 65% dos embarques realizados no Brasil. Por isso é tão importante discutirmos o presente e futuro da operação de cruzeiros”, afirma.


Segundo ela, o Terminal Giusfredo Santini está preparado para atender a todos os passageiros com segurança. “O momento é de viver a vida. Queremos proporcionar uma ótima recepção para que todos viajem tranquilos e realizem o seu grande sonho, que é embarcar em um navio”.


Sueli destaca, ainda, que o número de pacotes comprados é grande nos últimos meses. “É enorme a vontade de viajar. Teremos uma temporada recorde. A importância do setor pode ser traduzida em números. Até hoje, já movimentamos 11 milhões de passageiros e mais de cinco milhões de tripulantes”, acrescenta.


Marcos Ferraz, presidente da Clia Brasil, reforça o sentimento do setor sobre os rumos da indústria de cruzeiros. “A gente foi muito afetado pela pandemia, uma situação sem precedentes. Mas conseguimos mostrar uma operação supersegura. Já temos, no mundo, oito milhões de cruzeiristas que navegaram após o início da crise da covid-19. Temos um número razoável de pessoas dispostas a viajar, dando vazão a uma demanda reprimida”.


O primeiro navio de cruzeiro a chegar a Santos este ano será no dia 2 de novembro
O primeiro navio de cruzeiro a chegar a Santos este ano será no dia 2 de novembro   Foto: Matheus Tagée/AT

Impressões

O diretor Comercial do Grupo Tribuna, Demetrio Amono, reforça a importância em abrir espaço para o debate dos rumos de um setor importante para a economia regional. “O Porto faz parte da nossa rotina, da nossa história. Temos trabalhado para fomentar várias iniciativas, sempre buscando o desenvolvimento. A questão dos cruzeiros é vital para a região. É importante trazer todos os atores para esse debate e o Grupo Tribuna não poderia ficar de fora disso”.


O diretor-presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini, destaca que o Summit alimenta as discussões em torno de um tema vital para a Baixada Santista: o futuro do terminal de passageiros, que tem um projeto de mudança para a área do Valongo.


“Vimos um debate de alto nível. Todos os órgãos federais, estaduais e municipais são a favor da mudança (do terminal de passageiros). Será um dos mais modernos da América do Sul. É uma honra para Santos ter um espaço desse porte. Espero que todos os trâmites sejam encaminhados”.


Mediador do encontro, o apresentador e empresário Maxwell Rodrigues pontua que a mudança do Concais para o Valongo não descarta o olhar para o espaço ocupado atualmente, na região de Outeirinhos.


“Ficou muito clara a importância do novo terminal, Mas, principalmente, a continuidade das operações. O trânsito de cruzeiros pelo Porto de Santos é fundamental, não só pelo pilar do turismo, mas também do emprego e desenvolvimento econômico”.


Interesse público

Se a transferência do Concais para o Valongo ainda não tem prazo para acontecer, o atual Terminal de Passageiros segue ativo, à espera dos cruzeiristas. Um projeto de reforma e ampliação, modelado ainda na década passada, promete oferecer novos tempos para o local, em Outeirinhos. No entanto, os desafios presentes do espaço chamam atenção, por conviver com a falta de berços de atracação, gargalos viários e operadores de carga do Porto de Santos.


“O terminal, tal como está hoje, não oferece condições ideais de embarque. O Concais faz um trabalho muito bom, mas deve haver um sincronismo. Não podemos cuidar de um projeto e descuidar do outro. Temos que atender o interesse público, no sentido de dar maior performance ao Porto de Santos”, explica o secretário nacional de Portos, Mario Povia, que participou de forma remota do 2º Summit Cruzeiros.


A diretora de operações do Concais, Sueli Martinez, explica que, apesar dos problemas, a demanda de passageiros é atendida plenamente. “Podemos continuar operando? Sim, mas sabemos que podemos melhorar”.


Ela lembra que, no momento da renovação de contrato, em 2018, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) solicitou um estudo de fluxo viário. “Fizemos, dividimos o que era embarque e desembarque e foi tudo aprovado dentro desse contrato. O nosso maior conflito, hoje, é mesmo a questão de berço de atracação”, acrescenta.


Segundo Sueli, a ideia de colocar um terminal de fertilizantes no berço de atracação próximo ao Terminal de Passageiros Giusfredo Santini não agrada. “Não há possibilidade de operar navios de passageiros com esse tipo de carga. Pessoas e fertilizantes não combinam no mesmo espaço”.


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