Sopesp prevê 2022 com novos desafios e foco em mudanças no Porto de Santos

Ao completar 28 anos, entidade mira a desestatização do complexo portuário santista

Por: Fernanda Balbino  -  25/12/21  -  07:54
Previsão do presidente do Sopesp é de alta na movimentação de cargas no cais santista no próximo ano
Previsão do presidente do Sopesp é de alta na movimentação de cargas no cais santista no próximo ano   Foto: Matheus Tagé/AT

Atuar e contribuir com o processo de desestatização da administração do Porto de Santos, além de ajudar no desenvolvimento da região, com foco nas mudanças que devem acontecer no cenário político brasileiro no próximo ano. Estas são as metas do presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Regis Prunzel, para 2022. Mas, após completar 28 anos, na última quinta-feira (23), a entidade aposta no otimismo para enfrentar os desafios e prevê aumento na movimentação de cargas.


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Fundado em 22 de dezembro de 1993, o Sopesp nasceu com a missão de defender os direitos dos operadores portuários e estabelecer diálogos com os trabalhadores, além das categorias empresariais, os governantes e todos os envolvidos no projeto de modernização dos portos brasileiros. Aos 28 anos, o plano é fortalecer as operações portuárias.


“Fazemos o papel não só de representante dos operadores portuários, mas também o de viabilizar a continuidade das operações, desde as relações capital x trabalho, questões junto à Autoridade Portuária, aos órgãos intervenientes. São trabalhos realizados ao longo desse tempo, mas também pensamos no futuro”, afirmou Prunzel.


De acordo com o executivo, 2022 será um ano desafiador. As eleições, que vão definir o futuro da Presidência da República e do Governo do Estado são fatores de preocupação, principalmente por conta de ações que estão sendo realizadas.


Entre elas, está o processo de desestatização da Santos Port Authority (SPA), a empresa que administra o cais santista. A expectativa é de que a concessão, que ainda está em estudos, seja aberta à consulta pública no início do ano. Já o leilão está previsto para ocorrer ao longo de 2022.


Pruzel projeta, ainda, um aumento na movimentação de mercadorias no cais santista. “A geração de carga vai nos pressionar positivamente. A gente tem a questão estratégica da desestatização para acompanhar, é uma mudança de conceito. Temos os portos da Baixada com mais de 140 anos de vida e como vamos encarar essa mudança?


Também será um ano desafiador por conta das mudanças no executivo, tanto estadual quanto federal, não sabemos como isso vai se comportar”.


Covid-19
As incertezas relacionadas à pandemia de covid-19 representam um capítulo da história do Sopesp. No ano passado, o temor era de que os trabalhadores portuários se contaminassem durante as operações de embarcações que chegam de diversas partes do mundo.


Neste ano, a questão se intensificou e a entidade teve papel estratégico na articulação com os governos federal, estadual e municipal nas discussões sobre a importância da vacinação dos portuários, que passaram a ser grupo prioritário para a imunização contra a doença.


“A gente evoluiu bastante como sociedade, no sentido da gente se ajudar. O Sopesp teve um papel fundamental, de ajudar na organização com as equipes de saúde de Santos e Guarujá. Os times das vigilâncias epidemiológicas deram um show. Temos muito orgulho de ajudar a tratar os nossos trabalhadores a garantirem a segurança e ajudar o Porto e os operadores a fazerem a movimentação de cargas”, destacou Prunzel.


Avanços acessíveis
Aumentar os volumes de cargas movimentadas e tornar acessíveis os avanços tecnológicos aos trabalhadores portuários. Estas são algumas metas do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) para o futuro. Em 2020, a entidade traçou um planejamento estratégico que inclui ações neste sentido. Elas serão implementadas até 2025.


“O desafio que a gente tem daqui para frente é termos que fazer mais volumes com o que a gente conta de estrutura na Baixada. Temos desafios logísticos cada vez maiores. A Baixada vai concentrar muita coisa boa, emprego, comércio local, economia local mais fortes. E aí o Sopesp e essas operações portuárias fortes ajudam o desenvolvimento da região”, afirmou o presidente da entidade, Regis Prunzel.


E, neste contexto, os avanços em tecnologia tendem a ser essenciais. Por outro lado, configuram um desafio em termos de treinamento de mão de obra.


“O mecânico de cinco anos atrás tinha uma chave de fenda, uma marreta, e vivia com os macacões sujos de graxa e óleo. E o mecânico do futuro vai ter um tablet na mão, vai usar a tecnologia para não fazer tanto esforço físico. É uma mudança de conceito que a gente precisa apoiar e incentivar para que isso aconteça no nosso setor”, afirmou Prunzel.


Manter uma boa relação sindical com representantes dos trabalhadores é uma ferramenta importante neste processo. E, segundo Prunzel, as relações têm evoluído muito com o passar do tempo, o que facilita o alinhamento com as lideranças laborais.


“Temos alguns temas que precisam ser discutidos, mas somos um condomínio portuário que precisa tratar dos temas. Com bom senso, as lideranças novas vêm fazendo um trabalho muito bom e aprendendo a liderar. A relação com o Sopesp e os líderes sindicais têm evoluído e dado uma boa lição de ouvir as partes e de preparar suas bases para um futuro melhor”, afirmou Prunzel.


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