Porto de Santos mantém volume de exportação de veículos em 2022

As exportações de veículos pelo Porto de Santos ficaram estáveis no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2021. Embora não tenha ocorrido aumento no total de carros, caminhões e ônibus embarcados para o exterior, o desempenho é considerado positivo por empresários do setor, que também foi impactado pela pandemia da covid-19.

Segundo dados da Santos Port Authority (SPA), estatal que administra o Porto, nos três primeiros meses do ano passado foram exportados 51.253 veículos pelo cais santista, contra 51.243 de janeiro a março deste ano, 10 unidades a menos (-0,02%).

O volume representa uma retomada nos dois últimos anos, já que em 2020 o total ficou 23,2% menor do que em 2022, com 39.147 unidades. Além disso, os dados atuais superam os de 2019 (quando foram 43.652), período anterior à crise sanitária causada pelo novo coronavírus.

Conforme a SPA, os principais destinos dos veículos exportados por meio do Porto de Santos são Argentina, México, África do Sul, Colômbia, Chile, Peru e Indonésia.

Terminal exportador

O Terminal de Exportação de Veículos (TEV), da empresa Santos Brasil, é o maior do País no setor, responde por 90% da movimentação de veículos no porto santista e 60% de todo o Brasil. Tem capacidade operacional para 300 mil automóveis por ano.

Com 100 mil metros quadrados, o TEV movimentou 54.325 veículos no primeiro trimestre deste ano, com exportação de 48.102 unidades (-3,1% em relação a 2021) e importação de 6.223 unidades (+5,7%).

Segundo o diretor de Operações Portuárias da Santos Brasil, Roberto Teller, o resultado é esperado e o desempenho deve subir ao longo de 2022. Ele lembra que, entre março e setembro de 2020, o movimento no TEV caiu consideravelmente por conta da pandemia. De 20 mil veículos por mês, chegou a 4 mil unidades.

“No último trimestre de 2020, o volume voltou a subir a chegamos a 20 mil novamente. E provavelmente neste mês de maio vamos bater recorde de movimentação de veículos da história do TEV, que tem 16 anos de existência. Devemos passar de 30 mil veículos”, afirma.

Teller ressalta, porém, que neste início de 2022 ainda ocorrem problemas que atrapalham o setor. Um deles é a volta do lockdown na China por causa dos casos de covid-19, o que prejudica as montadoras por falta de peças. Outra situação é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que impacta a logística mundial. “Eu não diria que estamos na normalidade ainda”.

Para o gerente do TEV, Vitor Lousada, a demanda aumentará de forma gradativa. “2021 foi um ano de adequação, as montadoras precisaram investir muito na segurança dos funcionários. E quando pensávamos que as exportações seriam retomadas, aconteceu a falta de insumos para a indústria automobilística. Mas as montadoras fizeram estoques e vemos um reaquecimento agora”.

Queda na produção

Balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostra que a produção caiu 17% na comparação dos primeiros trimestres de 2021 e 2022, de 598 mil para 496 mil unidades fabricadas. Um dos motivos é a falta de peças, principalmente componentes eletrônicos fabricados na China.

Porém, mesmo com a diminuição do ritmo das montadoras, a exportação de veículos, considerando todos os portos do Brasil, atingiu melhores resultados que Santos entre janeiro e março deste ano. Houve alta de 12,8% sobre 2021, passando de 95,8 mil para 108,1 mil unidades exportadas. Em valores, o montante subiu de US$ 1,7 bilhão para US$ 2,1 bilhões (+ 23,2%).