Petroleiros seguem em greve por tempo indeterminado no Porto de Santos

Categoria reivindica aumento de efetivo e, consequentemente, de segurança no terminal da Transpetro, na Alemoa

Por: Fernanda Balbino  -  17/09/21  -  20:28
Atualizado em 17/09/21 - 20:37
 Categoria reivindica aumento de efetivo e, consequentemente, de segurança no terminal da Transpetro, na Alemoa
Categoria reivindica aumento de efetivo e, consequentemente, de segurança no terminal da Transpetro, na Alemoa   Foto: Divulgação

A greve dos petroleiros que atuam no terminal da Transpetro, no Porto de Santos, atingiu 100% do efetivo. A categoria se reuniu, na sexta-feira (17), e ficará de braços cruzados por tempo indeterminado ou até que a Transpetro aceite as reivindicações. A instalação, localizada na região da Alemoa, segue em operação e não foram registrados impactos no sistema de abastecimento de embarcações do cais santista.


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De acordo com o coordenador geral do Sindipetro no litoral paulista, Fábio Mello, o movimento pede apenas um aumento do efetivo e, consequentemente da segurança das operações no terminal. Ele, que também é diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), destaca que, dos 15 operadores, agora, apenas nove atuam em cada turno.


“Não houve estudo que garantiu segurança e nenhum avanço tecnológico para justificar uma redução de efetivo deste porte”, afirmou o sindicalista.


De acordo com Mello, o efetivo foi reduzido após aposentadorias e desligamentos voluntários de trabalhadores da Transpetro. “A partir daí, pessoas do escritório, da manutenção de outras áreas estão migrando pra operação sem expertise e treinamento adequado para operar terminal”.


A categoria pede que seja mantido o efetivo mínimo de dez operadores por turno. Assim, segundo os petroleiros, será possível garantir a segurança das operações, em um ambiente que exige cuidados especiais pela carga explosiva movimentada.


“Chegou a um limite, os próprios trabalhadores não se sentem mais seguros dessa forma. A solução é fácil, só adotar um grupo e iniciar treinamento para os que compõem a brigada e atender legislação de segurança em um terminal de magnitude do Porto de Santos”, afirmou Mello.


O diretor do Sindipetro informou que o terminal está sendo mantido por um contingente destacado pela empresa. “Se tiver problema de segurança, faltar bunker ou dificuldade, a responsabilidade toda é da Transpetro, uma vez que ela se negou a fazer a negociação da contingência. Só queremos um quantitativo de efetivo seguro”.


A área operada hoje pela Transpetro foi dividida em duas, o STS08 e o STS08A, e será leiloada no mês que vem pelo Governo Federal. Mello apontou que, segundo o estudo da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) exige a presença de, pelo menos, 17 operadores por turno. O volume é bem maior do que atualmente exercido pela empresa.


“A Antaq fala em 11 mais seis. Um total de 17. Hoje, está operando nas duas áreas com nove, contrariando totalmente a determinação”, afirmou.


Transpetro
Procurada, a Transpetro informou, em nota, que as operações no terminal da Alemoa, em Santos, transcorrem normalmente. Destacou, ainda, que as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações estão mantidas.


“A Transpetro mantém abertos os canais de negociação com vistas ao retorno dos empregados às atividades”.


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