A greve dos petroleiros que atuam no terminal da Transpetro, no Porto de Santos, atingiu 100% do efetivo. A categoria se reuniu, na sexta-feira (17), e ficará de braços cruzados por tempo indeterminado ou até que a Transpetro aceite as reivindicações. A instalação, localizada na região da Alemoa, segue em operação e não foram registrados impactos no sistema de abastecimento de embarcações do cais santista.
De acordo com o coordenador geral do Sindipetro no litoral paulista, Fábio Mello, o movimento pede apenas um aumento do efetivo e, consequentemente da segurança das operações no terminal. Ele, que também é diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), destaca que, dos 15 operadores, agora, apenas nove atuam em cada turno.
“Não houve estudo que garantiu segurança e nenhum avanço tecnológico para justificar uma redução de efetivo deste porte”, afirmou o sindicalista.
De acordo com Mello, o efetivo foi reduzido após aposentadorias e desligamentos voluntários de trabalhadores da Transpetro. “A partir daí, pessoas do escritório, da manutenção de outras áreas estão migrando pra operação sem expertise e treinamento adequado para operar terminal”.
A categoria pede que seja mantido o efetivo mínimo de dez operadores por turno. Assim, segundo os petroleiros, será possível garantir a segurança das operações, em um ambiente que exige cuidados especiais pela carga explosiva movimentada.
“Chegou a um limite, os próprios trabalhadores não se sentem mais seguros dessa forma. A solução é fácil, só adotar um grupo e iniciar treinamento para os que compõem a brigada e atender legislação de segurança em um terminal de magnitude do Porto de Santos”, afirmou Mello.
O diretor do Sindipetro informou que o terminal está sendo mantido por um contingente destacado pela empresa. “Se tiver problema de segurança, faltar bunker ou dificuldade, a responsabilidade toda é da Transpetro, uma vez que ela se negou a fazer a negociação da contingência. Só queremos um quantitativo de efetivo seguro”.
A área operada hoje pela Transpetro foi dividida em duas, o STS08 e o STS08A, e será leiloada no mês que vem pelo Governo Federal. Mello apontou que, segundo o estudo da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) exige a presença de, pelo menos, 17 operadores por turno. O volume é bem maior do que atualmente exercido pela empresa.
“A Antaq fala em 11 mais seis. Um total de 17. Hoje, está operando nas duas áreas com nove, contrariando totalmente a determinação”, afirmou.
Transpetro
Procurada, a Transpetro informou, em nota, que as operações no terminal da Alemoa, em Santos, transcorrem normalmente. Destacou, ainda, que as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações estão mantidas.
“A Transpetro mantém abertos os canais de negociação com vistas ao retorno dos empregados às atividades”.