Movimentação sobe 5,36% em hidrovias no Brasil

Com potencial ser explorado, projetos de expansão são citados

Por: ATribuna.com.br  -  21/02/23  -  12:59
Hidrovia do Rio Madeira tem extensão navegável de 1.060 km
Hidrovia do Rio Madeira tem extensão navegável de 1.060 km   Foto: Divulgação

As projeções otimistas se confirmaram e o transporte de carga por hidrovias apresentou em 2022 crescimento de 5,36% na comparação com o ano anterior. Os dados são da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em balanço estatístico anual. No total, foram 38,4 milhões de toneladas movimentadas no transporte interior nacional.


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No último dia 31, A Tribuna publicou a tendência de crescimento na movimentação, em especial por conta de altas expressivas nas regiões hidrográficas Amazônica e Tocantins-Araguaia, responsáveis por 76% do transporte interior no País, nos últimos meses do ano. E elas acabara se concretizando, com crescimento de 14,5% e 13,1%, respectivamente, em 12 meses.


A Região Hidrográfica do Paraguai também registrou elevação no total de cargas transportadas: 45,9%. Por outro lado, as hidrovias Atlântico Sul e Paraná, que completam montante transportado nas regiões hidrográficas brasileiras, registraram queda de 31,9% e 27,4%, respectivamente.


A mercadoria que apresentou maior crescimento percentual entre janeiro e dezembro foi o milho. Em 2022, 22,1 milhões de toneladas do cereal foram transportadas entre os portos interiores, um aumento de 87,2% em comparação a 2021. Petróleo e derivados também registraram alta no balanço divulgado pela Antaq, de 14,4%, com 10,2 milhões de toneladas transportadas ao longo dos 12 meses de 2022.


Projetos e potencial


De acordo com o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, há pelo menos dois projetos importantes voltados ao setor hidroviário em andamento, com objetivo de potencializar ainda mais o modal este ano: a concessão da Hidrovia Lagoa Mirim, no Rio Grande do Sul, e a melhoria nas condições de navegação na Barra Norte do Rio Amazonas.


“Estamos dando toda prioridade a eles (Lagoa Mirim e Barra Norte) (...) E há outros projetos que estamos estudando e se avizinham, mas ainda dependem de intervenções do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), como a hidrovia do Rio Paraguai e a hidrovia do Rio Tocantins”, disse, em coletiva de imprensa realizada pela Antaq.


O potencial das hidrovias brasileiras também é destacado pelo especialista em logística Pierre Jacquin, da project44, startup de tecnologia voltada ao setor. Contudo, ele faz uma ponderação: o transporte de cargas por navegação interior ainda desempenha um papel pequeno no cenário logístico nacional.


“A navegação interior pode contribuir significativamente para o avanço das operações multimodais, que por sua vez podem reduzir os custos logísticos no Brasil, que representam 12,5% do PIB do País, contra 10% do PIB europeu e 8% do PIB norte-americano. Espera-se um avanço nas políticas públicas de incentivo às hidrovias. É um modal de excelente custo-benefício”.


Detalhamento


Região Hidroviária Amazônica


Principais cargas: soja (31% do total), milho (28%), derivados de petróleo (16%), semirreboque baú (11%) e outros (14%)


Região Hidroviária Tocantins-Araguaia


Principais cargas: milho (32% do total), soja (25%), semirreboque baú (24%), derivados de petróleo (7%) e outros (12%)


Região Hidroviária Paraguai


Principais cargas: minério de ferro (92% do total), soja (7%) e outros (1%)


Região Hidroviária Atlântico Sul


Principais cargas: celulose (43% do total), fertilizantes (12%), farelo de soja (9%), contêineres (8%) e outros (28%)


Região Hidroviária Tietê-Paraná


Principais cargas: milho (39% do total), areia (37%), soja (16%), farelo de soja (7%) e outros (1%)


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