Ministério da Saúde não responde pedido da Anvisa de cancelamento da temporada de cruzeiros

Pasta informou, no entanto, que a decisão sobre o tema cabe ao Governo Federal

Por: ATribuna.com.br  -  14/01/22  -  08:43
Atualizado em 14/01/22 - 14:20
Ainda sem definição, a Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros resolver ampliar a suspensão das atividades até fevereiro
Ainda sem definição, a Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros resolver ampliar a suspensão das atividades até fevereiro   Foto: Luigi Bongiovanni/AT/Arquivo

O Ministério da Saúde afirmou nesta quinta-feira (13) que acompanha o debate sobre a suspensão da temporada de cruzeiros 2021/2022, mas não posicionou se é contra ou a favor o cancelamento definitivo das atividades turísticas este ano, uma reivindicação apresentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) à pasta, na última quarta-feira (12), diante elevado índice de contágio nas embarcações.


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Apesar de não definir o que será da temporada de cruzeiros, suspensa voluntariamente até 4 de fevereiro pela Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia Brasil), o Ministério da Saúde garantiu que as questões sanitárias sobre a retomada ou não das viagens são analisadas em conjunto com a Anvisa, estados e municípios.


A decisão da Clia Brasil informada nesta quinta-feira (13) visa ampliar o debate com as autoridades para alinhar medidas com objetivo de retoma os cruzeiros no País. As atividades foram interrompidas em 3 de janeiro e a suspensão com aval do Governo Federal expiraria em 21 deste mês, não fosse a extensão do prazo.


Independentemente de todas as articulações, o Ministério da Saúde reforçou que uma resolução sobre será tomada de forma interministerial, com coordenação da Casa Civil da Presidência da República, que não se manifestou quando procurada pela Reportagem.


Em defesa

No documento, divulgado nesta quinta (13), a Clia Brasil enfatiza que a prorrogação da suspensão de operações no Brasil contrasta com países como os Estados Unidos, onde autoridades de saúde reconheceram a eficácia dos protocolos da indústria de cruzeiros. Por isso, entende que o retorno das atividades do setor deva acontecer neste momento.


Ainda segundo a associação, o segmento dos cruzeiros é o único que exige níveis altos de vacinação e 100% de testes aos passageiros antes do embarque. As empresas que fazem parte da Clia ressaltam, ainda, que os protocolos seguidos nas operações no Brasil permitem que a incidência de doenças graves seja "dramaticamente menor do que em terra".


Por fim, a entidade garante que agirá em conjunto com autoridades, sempre guiada pela ciência, com objetivo de garantir a proteção da saúde dos hóspedes, tripulantes e comunidades que recebem os cruzeiros.


Impacto econômico

O documento da associação enfatiza que a temporada atual de cruzeiros tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão e geração de 24 mil empregos.


Um estudo da Clia Brasil em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado em nota, afirmou que cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto positivo para a economia brasileira. Além disso, a cada 13 cruzeiristas, um emprego é gerado.


Companhias

As companhias MSC Cruzeiros e Costa Crociere confirmaram que seguem o posicionamento divulgado pela Clia Brasil.


Além disso, a Costa informou que os hóspedes dos dois navios afetados pela suspensão - Costa Diadema e Costa Fascinosa - receberão a opção de transformar o valor pago pelo cruzeiro em um voucher de crédito a ser utilizado até 31 de dezembro de 2022, para embarques até 30 de junho de 2023.


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