Márcio França faz balanço de dois meses no comando dos portos: 'Reação da economia muito grande'

Ministro conversou com A Tribuna no Porto de Santos sobre demandas e desafios do setor

Por: Júnior Batista  -  25/02/23  -  18:14
Ministro Márcio França visitou portos do Nordeste na última semana
Ministro Márcio França visitou portos do Nordeste na última semana   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Prestes a completar dois meses no comando do Ministério de Portos e Aeroportos, Márcio França vem cumprindo uma extensa agenda nas últimas semanas e visitando diversos terminais portuários e aeroportos do Brasil. Em meio a isso, veio a tempestade que arrasou o Litoral de São Paulo no Carnaval e fez seis cidades entrarem em calamidade pública - São Sebastião, Ubatuba, Ilhabela, Caraguatatuba, Guarujá e Bertioga. O Porto de Santos acabou se tornando base de apoio para as ações do Governo Federal em apoio às vítimas e, em meio a esse trabalho, o ministro conversou com A Tribuna na última quarta-feira (22) sobre as demandas que vem recebendo e os desafios do setor.


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Após quase dois meses no comando do Ministério de Portos e Aeroportos, quais os principais desafios que o senhor tem encontrado?


Quando as chuvas caíram sobre o Litoral Norte de São Paulo (no final de semana passado), eu estava trabalhando no Nordeste, justamente conhecendo as realidades locais. Lá, chequei diversos portos e aeroportos. Em relação aos aeroportos, há equipamentos que estão muito bem administrados por empresas privadas e nós temos a Infraero, que é uma empresa que tem capacidade para administrar qualquer aeroporto, como faz hoje em Congonhas, em São Paulo, e no Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Com relação aos aeroportos, nós vamos seguir o caminho que estava sendo feito: você ter os aeroportos que são viáveis ficando sob administração de empresas eventualmente privadas que vençam os leilões. Mas nós queremos montar aeroportos regionais.


Qual a importância desses aeroportos regionais?


Há três trechos no Brasil que, para poder se deslocar, você tem que voltar para Brasília, como se fosse uma escala, para seguir a outras capitais brasileiras. A ideia do presidente Lula é que nós tenhamos três trechos com retas no Norte do País e no Centro-Oeste, que hoje não têm acesso a aviões regulares. O Brasil chegou a ter 300 aeroportos funcionando em 1950 e hoje tem 150 aeroportos funcionando com linhas regulares. Os aviões foram ficando maiores e as empresas acabaram colocando mais passageiros no mesmo avião.


E com relação aos portos brasileiros?


Eu cheguei a visitar três ou quatro portos, mas fui também em vários portos privados que estão sendo construídos ou se encontram em construção e são também grandes estruturas. Claro que nenhum é do tamanho de Santos, que é um porto muito mais estruturado, mas tem bastante novidade brasileira importante, a gente percebe uma reação da economia muito grande.


Há uma missão que pode ser considerada prioritária nos portos?


Em geral, qual é o desafio? O desafio era colocar as coisas de volta no lugar, porque durante muito tempo a gente ficou discutindo questões ideológicas e perdendo tempo na administração. Acho que as chuvas do Litoral Norte chamaram a atenção de todos para que a gente voltasse ao normal. E o que é esse normal? A convivência das pessoas, mesmo tendo posições ideológicas diferentes.


Na semana passada, houve o anúncio da mudança no comando da Santos Port Authority (SPA), com a saída do diretor-presidente Fernando Biral e Marcus Mingoni ocupando o cargo de forma interina. Essas trocas de comando serão efetivas?


É claro que acontecerão mudanças, porque cada vez que você altera o governo, você troca as autoridades, é meio comum de acontecer. Entretanto, em função do que aconteceu no Litoral Norte, nós manteremos até o final desta semana as autoridades aqui, porque é mais fácil trabalhar com quem já tem experiência na função. Então, até domingo (26), nós manteremos as mesmas pessoas para depois poder fazer a troca na operação.


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