Márcio França e Tarcísio de Freitas debatem desestatização do Porto de Santos

Ministro e governador de São Paulo também abordaram experiências internacionais de modernização portuária

Por: Rafael Motta  -  08/02/23  -  20:26
Atualizado em 09/02/23 - 08:54
Márcio França recebeu Tarcísio de Freitas no ministério, em Brasília
Márcio França recebeu Tarcísio de Freitas no ministério, em Brasília   Foto: Divulgação

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reuniram-se pela primeira vez nesta quarta-feira (8). O encontro, realizado no gabinete ministerial, em Brasília, serviu para Freitas expor diretamente a França a defesa da desestatização do controle do Porto de Santos.


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O ministro reiterou a postura contrária à ideia de privatizar a Autoridade Portuária, atribuindo tal negativa ao Governo Federal. Conforme a assessoria do ministério, após se confirmar a recusa em entregar o controle portuário ao setor privado, o assunto não foi adiante na reunião entre França e Freitas.


Ambos, porém, conversaram sobre experiências internacionais de modernização portuária que poderiam ser aproveitadas no Brasil. Mencionaram-se, de passagem, ações tomadas nos dois maiores portos do mundo em movimentação de contêineres, ambos na Ásia: o de Xangai, na China, e o de Singapura.


Ao tomar posse como ministro, em 2 de janeiro, Márcio França disse que tinha como meta incluir Santos entre os dez maiores portos mundiais. Na ocasião, declarou que, “dos dez maiores portos do mundo hoje, sete estão na China. Todos eles, com autoridades portuárias públicas”.


No ano passado, conforme o catálogo Lloyd’s List One Hundred Ports 2022, referente aos cem principais portos internacionais em embarque e desembarque de contêineres, Santos constou na 41a posição, com 4,831 milhões de TEU (sigla, em inglês, para contêineres de 20 pés de comprimento, ou 6,10 metros). Por Xangai, passaram 47,030 milhões de TEU e, no décimo colocado atual — Roterdã, na Holanda —, 15,3 milhões de TEU.


Persistência


Tarcísio de Freitas tem feito campanha pela privatização da Santos Port Authority (SPA, cuja denominação Márcio França quer reverter para o português, como ocorria até o início de 2019) a despeito das negativas de França. Sobretudo, por considerar que o Governo Federal não é de todo refratário à ideia.


O governador esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) três vezes desde o início do mandato, todas em janeiro: duas delas, nas reuniões gerais com os governadores de todo o País, e uma, em audiência particular.


Esse encontro privado entre Lula e Freitas, em 11 de janeiro, foi intermediado pelo ministro das Relações Institucionais, Rui Costa. Como sinal de que o Governo pode dialogar, Costa declarou que “não há dogmas” quanto à possível desestatização, pois “o Lula quer investimento”.


Diálogo

Em contato com A Tribuna, o Governo do Estado informou que a agenda de ontem foi um primeiro encontro entre os dois, que puderam conversar sobre o futuro do Porto de Santos.


O principal objetivo era manter aberto um canal de diálogo entre o Governo do Estado e o Ministério de Portos e Aeroportos.


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