Incentivos à cabotagem vão reduzir custo de frete

Além da redução do custo do frete, as expectativas são de geração de emprego e renda

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  26/02/21  -  17:00
Atualizado em 26/02/21 - 17:13
Navio entrando no canal do Porto de Santos
Navio entrando no canal do Porto de Santos   Foto: Carlos Nogueira/AT

O programa BR do Mar terá diversos efeitos diretos sobre a infraestrutura de transportes, como a redução de 15% no custo do frete. Consequentemente, ajudará na retomada da economia, principalmente em um cenário de pós-pandemia, em que será fundamental uma recuperação. Quem garante é o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo e economista Gesner Oliveira.


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“A redução estimada em torno de 15% do custo do frete é algo decisivo para dar competitividade a vários segmentos. Ao mesmo tempo, aumentando o investimento na frota, coisa que naturalmente aconteceria com a flexibilização do afretamento, isso representa crescimento na veia. Consequentemente, tem impacto multiplicador muito grande”, afirmou o economista.


Segundo Oliveira, o que garante o crescimento sustentável é o investimento, em especial, em infraestrura. “Quando você agrega capacidade, estimula a economia e há efeitos diretos e indiretos muito importantes. A conjuntura macro é difícil, com muita instabilidade, mas precisamos estimular todas as medidas que tragam mais investimentos”, destacou o professor.



No caso da cabotagem, além da redução do custo do frete, ele aponta que as expectativas são de geração de emprego e renda. “Quando você investe em infraestrutura, você aumenta demanda agregada e também aumenta a oferta e os custos estão caindo. Quando eu construo mais um navio, mais demanda, mais salário, mais contratações e, ao mesmo tempo, tenho um menor custo de transporte”.


Segundo o economista, nos anos 70, o Brasil já chegou a investir mais de 5% do PIB em infraestrutura. Hoje, não atinge 3%. “A China investe mais de 8% só em infraestrutura. Realmente, a gente precisa de um salto. No mínimo dobrar. É claro que a gente não vai fazer isso da noite para o dia, mas no espaço de uma década, a gente pode chegar a 4% do PIB. Isso vai nos permitir chegar à média mundial e vai nos permitir ter um crescimento maior”.


Segurança jurídica


De acordo com o professor da FGV, muitos fundos financeiros querem investir no País. Porém, a percepção de risco é uma questão que afasta os interessados.


“Eu acho que nós temos uma tarefa básica, que é trabalhar na estabilidade das regras e no respeito à governança corporativa. Por exemplo, empresas de capital aberto devem respeitar regras muito claras. Nós temos de garantir esse respeito, no plano da empresa, governança corporativa e, no mercado, a concorrência. Daí a importância de um órgão como o Cade. No plano do comércio internacional, a liberalização do comércio para que você também tenha maior concorrência internacional”.


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