Futuro ministro de Lula, Márcio França descarta desestatização do Porto de Santos

Segundo o novo comandante da pasta de Portos e Aeroportos, apenas terminais serão arrendados

Por: Fernanda Balbino  -  22/12/22  -  18:25
  França será ministro de Portos e Aeroportos no Governo Lula
França será ministro de Portos e Aeroportos no Governo Lula   Foto: Nirley Sena

Márcio França será o ministro dos Portos e Aeroportos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Logo após o anúncio, feito na quinta-feira (22) pelo presidente eleito, o ex-governador de São Paulo informou que será realizado um levantamento da situação dos complexos portuários brasileiros, incluindo o de Santos, e garantiu que a Autoridade Portuária continuará estatal, destacando que apenas terminais do cais santista serão arrendados.


A indicação de França para a pasta já havia sido adiantada por A Tribuna nesta semana, assim como a criação de um ministério que cuidará dos setores portuário e aeroportuário. Ambos os anúncios foram comemorados por empresários e trabalhadores do cais santista.


França é formado em Direito e está na carreira política há mais de 30 anos. Além de ser prefeito de São Vicente, foi deputado federal por dois mandatos consecutivos, em 2006 e 2010, e também foi eleito vice-governador de São Paulo, na gestão de Geraldo Alckmin, e assumiu o comando do estado entre 2018 e 2019.


“A Autoridade Portuária vai continuar estatal e o que a gente faz são concessões de áreas dentro do Porto, terminais privados”, destacou o ministro, após o anúncio de sua indicação para a pasta. “Dos portos hoje, a maioria é lucrativa. Para fazer uma concessão para o privado, tem que ter um grau de vantagem que tenha, especialmente, novos investimentos, mas com um prazo que seja o nosso prazo”.


Apesar do plano de manter as autoridades portuárias públicas, França destacou que o que já foi concedido será mantido. É o caso da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que foi leiloada em março, por R$ 106 milhões pelo fundo de investimentos Shelf 119 Multiestratégia, da gestora Quadra Capital.


“A lógica que eles tinham seguido no governo anterior praticamente só dos portos que eles concederam, que foi o do Espírito Santo (Vitória e Barra do Riacho) que, segundo o governador, está dando certo. Dando certo, tudo bem, não há problema”, afirmou França.


Gestão


O novo ministro também falou sobre a gestão técnica do Porto de Santos. “É um porto que já deu muito problema antigamente. Depois, quando foi criado o Ministério dos Portos, por nossa sugestão, passou ter uma gestão mais profissional, passou a produzir lucro, acabou de anunciar que bateu mais um recorde”.


Na época em que foi deputado federal, França foi o relator do projeto que criou a extinta Secretaria Nacional de Portos (SEP), em 2007. Pela proximidade com a região e por já ter atuado na criação da pasta, o futuro ministro já sabe o que vai encontrar pela frente e a partir de agora, promete um raios X minucioso da situação do cais santista.


“É um porto apertado porque seria mais para contêiner e o granel é problemático porque estamos no meio da Cidade. Mas, de qualquer maneira, é um porto completamente estabelecido porque tudo acaba indo por lá pela facilidade do deslocamento”, destacou sobre o Porto de Santos.


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