A construção de um túnel submerso ligando as duas margens do Porto de Santos foi alvo de um estudo doado pela Jan de Nul do Brasil Dragagem Ltda. à Santos Port Authority (SPA), a estatal que administra o cais santista. Em um chamamento público, outra empresa se comprometeu a realizar o trabalho, a Bureau Engenharia, mas ainda não o entregou.
A Autoridade Portuária abriu, há oito meses, um edital para a doação desses estudos e apenas duas empresas se interessaram em fazê-lo. A ideia é que o projeto do túnel submerso, elaborado em 2013, seja aprimorado e que o empreendimento possa ser incluído como uma obrigação da empresa que assumir a gestão do Porto de Santos após o processo de desestatização.
A proposta do túnel foi feita pela Dersa e é vista pelo Governo Federal como a forma mais eficaz para a ligação das duas margens do Porto. Nos últimos anos, o projeto passou por revisões, que incluíram mudanças no traçado e a redução das desapropriações.
Assim, seu custo estimado caiu de R$ 3,2 bilhões para R$ 3 bilhões. Porém, serão necessárias adequações, além de atualizações nos valores e nas quantidades dos materiais a serem utilizados.
Com um trajeto de 1,7 km, o projeto do túnel prevê que a travessia entre o Macuco, em Santos, e Vicente de Carvalho, em Guarujá, seja feita em cinco minutos, com três faixas de rolagem em cada sentido.
“Os próximos passos envolvem a análise desses estudos e a incorporação daquilo que for aplicável na modelagem da SPA”, destacou, em nota a estatal.
Túnel x Ponte
Apesar da aposta do Governo Federal na opção submersa para ligar as duas margens do Porto, o Estado considera a ponte como a forma mais viável de ligar Santos e Guarujá.
Em visita à região na semana passada, o secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, informou que espera autorização do Governo Federal para a construção de ponte. O projeto revisado, após pedidos da União foi entregue há um ano e precisa desse aval para sair do papel.
Inicialmente, havia o temor de que o projeto da ponte, elaborado pela Ecovias, a concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), pudesse inviabilizar o tráfego e manobras de navios.
Agora, o plano prevê uma ponte pênsil, com 750 metros de largura entre os pilares, diferentemente dos 450 metros e dos 325 metros inicialmente previstos. Já o valor da estrutura, subiu de R$ 3,5 bilhões para cerca de R$ 3,9 bilhões.
A ponte projetada teria cerca de 7,5 quilômetros de extensão, com início na entrada de Santos, no km 64 da Via Anchieta, e término próximo ao acesso à Ilha Barnabé, na Área Continental de Santos, a cerca de 500 metros da praça de pedágio de Guarujá, no km 250 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
Agora, o plano revisado prevê a mesma extensão de travessia, 7,5 quilômetros, sendo 1,1 quilômetros de travessia em ponte pênsil e o restante em viadutos. A localização também é a mesma.