Copersucar aposta em tecnologia e inovação para ganhar eficiência

A essencialidade foi a grande protagonista de 2020, ano em que a pandemia trouxe prejuízos significativos para a economia brasileira. Em meio a perdas e aumento do desemprego, alguns setores acabaram ganhando ainda mais fôlego para seguir. No Porto de Santos, as commodities agrícolas não sentiram o impacto gerado pela doença. Pelo contrário.

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A Copersucar prevê recorde de movimentação na safra 2020/2021 com expectativa de crescimento em torno de 20% do seu melhor resultado registrado, até então, na safra 2015/16. Na ocasião, foram embarcadas 6,144 milhões de toneladas de açúcar, milho e soja.

E para acompanhar o cenário positivo, a empresa conta com um planejamento estratégico, que envolve tecnologia, inovação e aumento em 50% da capacidade do terminal.

O plano, dividido em ações de curto, médio e longo prazos, começará a ser implantado este mês e busca ganho de eficiência e produtividade na movimentação das mercadorias.

A expectativa é de que os investimentos superem em 46% a média das últimas cinco safras. A qualificação e o treinamento dos colaboradores, para que estejam aptos às mudanças, também fazem parte dos projetos da companhia a partir deste ano.

O sistema Andon, criado pelo fundador da Toyota, é uma das apostas da Copersucar para diminuir custos, tempo, perdas e desperdícios. A metodologia japonesa permite a chamada automática de caminhões, controlando as filas e direcionando os veículos para a moega correta, onde será feita a descarga.

"Isso tudo reduz burocracia e etapas no processo, já que o sistema ajuda a guiar e monitorar a produção. Vale lembrar que o Andonnão ataca apenas os caminhões, mas também os vagões, pois a nossa maior parcela de movimentação é feita por ferrovias", destacou o gerente executivo de Operações da empresa, Rodrigo da Silva Lima.

Segundo ele, por meio de uma tecnologia de radiofrequência, os vagões são reconhecidos automaticamente ao entrar na moega, fornecendo informações referentes ao seu destino e o tipo de carga transportada, facilitando o processo de liberação dos trens para descarga. E não para por aí.

Outra iniciativa envolve a automatização dos coletores de amostra. Atualmente, o procedimento de verificação de 100% das cargas, que entram no complexo santista, é feito manualmente. Isso significa tirar uma quantidade do produto com uma caneca e enviar para análise de qualidade.

"Com a nova tecnologia, a carga vai ser coletada na própria correia transportadora, garantindo mais segurança, pois não há interferência do colaborador".

Nesse sentido, há também a mecanização dos vazadores dos armazéns, onde a carga escorre para poder embarcar nas correias e seguir para o navio, buscando a capacidade nominal do sistema.

As máquinas autoregulam a abertura e o fechamento das compotas sem intervenção humana, refletindo em eficiência e capacidade. O aumento da visibilidade de todo o produto que está na cadeia, através do chamado projeto de tracking, também integra os investimentos.

A ideia é monitorar a carga desde a sua origem, nas 34 usinas, até a chegada no porto. "Esse mecanismo permite que façamos a roteirização, controlando o transtime desses caminhões, ou seja, em quantas horas estão fazendo essa viagem. Por meio desse controle, podemos intervir para melhorar esse tempo. Outro ganho importante é nos anteciparmos a eventuais problemas", explicou Lima.

"Esses projetos fazem parte de uma mudança de mindset que engloba toda a empresa, de forma que todos estejam envolvidos".

Terminal

Entre os próximos três e cinco anos, a partir de 2022, os projetos da Copersucar tornam-se ainda mais ambiciosos com a perspectiva de aumentar em 50% a capacidade do terminal, saindo dos 8,5 milhões em direção aos 12,5 milhões. O incremento está atrelado às estratégias previstas para o setor ferroviário, que conta com muitas iniciativas para o futuro.

"Temos a renovação da malha paulista pela Rumo com um investimento de grande escala do interior de São Paulo até Santos. E o terminal conversa com esse aumento de capacidade dos vagões. Precisamos estar prontos para atender esse crescimento na movimentação pelos trilhos", afirmou o diretor executivo.

Ele destacou, ainda, a construção de um novo armazém de 100 mil toneladas para atender a crescente exportação agrícola no País. "A aquisição de um shiploader, que atende as melhores práticas ambientais, também integra os nossos planos".

Coronavírus

Apesar de o setor exportador de alimentos não ter sido atingido pela pandemia do Covid-19, a Copersucar adotou uma série de medidas e protocolos para preservar os seus colaboradores.
Foram implantadas desde iniciativas básicas, como uso de máscaras, álcool em gel, revisão dos processos para manter o distanciamento e flexibilização da marcação de ponto, até parcerias com entidades reconhecidas, como o próprio Hospital Albert Einstein, para acompanhar frequentemente os profissionais.

"Houve uma movimentação muito grande nesse período e a nossa medicina do trabalho foi atuante. Desenvolvemos uma ferramenta preventiva, na qual o funcionário precisa responder um questionário antes de sair de casa. Se ele apresentar algum sintoma, é indicado o não comparecimento ao trabalho. Isso diminui radicalmente a possibilidade de chegar alguém contaminado e transmitir para os demais", disse Lima.

Não é de hoje que a preocupação com a mão de obra está entre os principais pilares da Copersucar. A operadora está constantemente valorizando e qualificando os seus funcionários, que são vistos como essenciais para os resultados positivos obtidos a cada safra.

"Fazemos questão de manter a equipe sempre motivada. No nosso orçamento prevemos a contínua capacitação de pessoas, seja por consultoria contratada ou pelo nosso time interno. Entendemos que os recordes são méritos dos nossos colaboradores, sempre empenhados".