BTP vai pedir renovação antecipada do contrato

Pedido será feito após aprovação de investimentos

Por: Da Redação  -  02/02/21  -  20:40
Transição da Navis deverá ser concluída até o fim do mês
Transição da Navis deverá ser concluída até o fim do mês   Foto: Matheus Tagé

A Brasil Terminal Portuário (BTP), joint venture dos grupos APM Terminals e Terminal Investment Limited (TIL), espera para este ano uma resposta do governo sobre a lista de investimentos previstos pela empresa para modernizar e ampliar a instalação localizada na margem direita do Porto de Santos.


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A aprovação é fundamental para que a operadora de contêineres entre com pedido de renovação antecipada do contrato de arrendamento, previsto inicialmente para vencer em 2027. O objetivo é que com o novo prazo, a BTP permaneça no complexo até 2047.


Em entrevista a A Tribuna, o CEO da companhia, Ricardo Arten, não dá detalhes sobre os planos de investimentos, devido à fase de negociações com o governo. Porém, ele garante que os recursos serão aplicados em tecnologia, equipamentos, adaptações no berço de atracação e na realocação do prédio administrativo para aumentar a capacidade atual.


“Estamos bastante atentos para todos os movimentos da Autoridade Portuária sobre o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto, projetos de desestatização e potenciais traders que podem vir nos próximos meses. Nosso objetivo é ter a chance de contribuir para o desenvolvimento da infraestrutura nacional”, destaca Arten.


Enquanto espera ansioso por um posicionamento do governo, o executivo reitera a importância de automatizar o terminal para garantir mais eficiência no planejamento das operações. Nesse sentido, ele ressalta a implantação do sistema OPUS, que entrará em funcionamento em aproximadamente dois meses.


“Outro projeto que temos é de automação dos gates. Vemos a tecnologia como um mantra. Muitos terminais lá fora são 100% automatizados e é uma das coisas que vamos procurar que aconteça nessa nova jornada. Os terminais modernos são mais produtivos e seguros. E é isso que precisamos perseguir no Brasil”.


A eletrificação dos equipamentos também integra as ações da BTP com o objetivo de potencializar possível automação dos guindastes. “Estamos dependendo da aprovação do governo para prosseguir com os investimentos. Acreditamos que em cerca de 90 dias tenhamos algum retorno sobre o plano apresentado”.


De acordo com o CEO, o aumento da produtividade e da eficiência em 20% com os novos projetos contribui para o crescimento da movimentação no terminal, cujo panorama foi considerado positivo em 2020 com grande destaque para as exportações de commodities e proteínas animais.


“Tivemos uma forte retração das importações com queda de 45% nos primeiros meses da pandemia, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Mas, houve uma recuperação ao longo de 2020 e no último trimestre alcançamos o mesmo patamar de 2019 com muitos extra loaders”.


A perspectiva é de continuidade. No ano passado, a BTP movimentou 1,16 milhão de contêineres, batendo recorde. Apenas em dezembro, foram 109 mil caixas metálicas. Outra marca surpreendente foi verificada no gate. Em setembro, 3.600 caminhões foram registrados em um único dia.


“Não podemos reclamar em termos de movimentação e negócios na BTP”.


Medidas contra covid-19


A pandemia do covid-19 levou a BTP a adotar uma série de medidas para preservar os colaboradores e manter as operações em pleno funcionamento. Colocar 100% dos funcionários da área administrativa em home office foi um dos principais desafios da empresa.


“Tivemos dois dias para mandar toda a estrutura para a casa dos funcionários. A maior preocupação foi com a tecnologia e a segurança do sistema. Precisávamos garantir que as informações não seriam corrompidas e alcançamos sucesso total”, disse o CEO da BTP, Ricardo Arten.


Isolamento social, uso de máscaras, álcool em gel em todo o terminal e a criação de um comitê executivo específico para gestão de crise durante a pandemia também integraram ações adotadas nos últimos meses. “A alta direção da empresa se reunia frequentemente para saber da evolução ou involução dos casos. Entendemos que a nossa carga mais valiosa são as pessoas”.


Um e-book com mais de 30 páginas contendo informações sobre saúde, higiene e jornada de trabalho foi entregue para os colaboradores. “O resultado foi apenas 370 casos em um total de 1.400 funcionários e apenas uma fatalidade numa pessoa que já tinha comorbidade. Sempre que um trabalhador era detectado era afastado junto com todo o time”, destacou o CEO.


A união dos terminais do Porto também foi essencial na luta contra coronavírus com doações e troca de produtos para que não houvesse nenhum risco de paralisação das operações


“Sabemos que não podemos parar. As prateleiras dos supermercados precisam ter comida, as farmácias precisam de remédio, e tudo isso passa pelo Porto. Temos muito clara a nossa responsabilidade perante a sociedade e estávamos engajados em fazer com que o país não parasse”.


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