Um levantamento estatístico da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aponta um salto na movimentação de cargas em hidrovias brasileiras. Somente nos meses de outubro e novembro de 2022, a alta chega a 30% em determinadas regiões hidrográficas em comparação com o ano anterior, reforçando a tendência de balanço anual positivo - ainda sem data para ser divulgado.
As prévias divulgadas pela agência em Brasília mostram que a Região Hidrográfica Amazônica, que possui um dos maiores potenciais hídricos do planeta, teve crescimento de 30% na movimentação registrada em outubro e novembro do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2021. Na Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia, o salto obtido em igual período comparativo foi de 25,3%.
Somadas, as duas regiões têm em dois meses 5,084 milhões de toneladas transportadas e são responsáveis por 75% da movimentação por navegação interior no País. Por sua vez, as hidrovias Atlântico Sul, Paraguai e Paraná (que completam o montante movimentado nas regiões hidrográficas brasileiras) transportaram 1,7 milhão de toneladas de cargas.
O maior crescimento aconteceu no mês de outubro, quando todas as regiões hidrográficas brasileiras registraram aumento nas suas navegações de interior. A Amazônica e a Tocantins-Araguaia também foram destaques, apresentando crescimento na movimentação de 47,7% e 53,9%, respectivamente. Em novembro, houve queda de 1,1% na Região Hidrográfica Amazônica, uma redução considerada pequena pela Antaq, enquanto que a Tocantins-Araguaia manteve saldo positivo de 20,1%.
Reorganização federal
Em meio à reorganização do Governo Federal neste começo de 2023, que culminou na extinção do Ministério da Infraestrutura, o ministro dos Transportes, Renan Filho, chegou a defender há duas semanas que a área de hidrovias ficasse abarcada na pasta sob sua responsabilidade.
Contudo, a tendência é que esse setor siga sob gestão do Ministério de Portos e Aeroportos, cujo titular é Márcio França. Logo após o pedido de Renan Filho, França explicou que a divisão de tarefas foi definida desta forma pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não deve ser alterada.