A tecnologia, novamente, será arma contra um problema histórico na Rua do Adubo, na Margem Esquerda do Porto, em Guarujá. Um projeto inovador é desenvolvido por um estudante da Faculdade de Tecnologia (Fatec) da Baixada Santista, a partir de um desafio lançado pelo subchefe da unidade regional da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Daniel Alves dos Santos: encontrar uma forma de reduzir o fluxo de caminhões naquela região.
Wesley Nascimento Silva, aluno do quinto ciclo de Sistemas para Internet da Fatec, afirma que o projeto consiste na criação um aplicativo (app) que reunirá os dados de entrada e saída dos caminhões nos terminais daquela área. Os dados serão gerados após a leitura por OCR (ferramenta de reconhecimento de caracteres das placas dos veículos), com acesso preciso 24 horas por dia. O app também captará a saída dos veículos dos pátios reguladores em direção ao Porto.
“A agência entendeu que deveria fazer um trabalho mais profundo de pesquisa da origem das filas e suas causas, não só fazer autuações nos terminais. Desde o começo do trabalho, identificamos pontos importantes”, como o fato de mais de 40% dos caminhões chegarem fora da janela de agendamento, diz o subchefe.
Com base nas informações captadas pelo app, Santos afirma que será possível observar as “zonas de calor e os horários com maior fluxo de caminhões”. A partir desses dados, será possível tomar medidas para aliviar o trânsito local.
“Podem-se disparar e-mails sobre aquecimento e geração de filas e, com isso, fazer uma intervenção. O terminal retém mais tempo o caminhão. Hoje, só atuamos em cima do problema instalado. A ideia é fazer uma gestão antecipada”, explica.
A Antaq entende que, como consequência dessa ferramenta, vão melhorar os processos de carga e descarga nos terminais e a circulação de veículos na Cidade.
O professor especialista da disciplina de Algoritmos e Estrutura de Fados, Jorge Luiz Chiara, se mostra satisfeito em observar os alunos participando de forma efetiva de soluções inovadoras e entrando no mercado de trabalho. “É o nosso objetivo proporcionar cada vez mais aos alunos colocação no mercado de trabalho, que é bem competitivo.”
Além de Wesley Nascimento Silva, também participarão das etapas de elaboração e automação de recebimento de dados do app os alunos Pedro Luiz Souza Salvino e Karoline Teodoro da Silva.
“Temos um ponto muito importante, que é o sigilo das informações, inclusive para a coleta destes dados. É isso que estamos trabalhando hoje, uma forma de fazer um banco de dados sobre esses veículos (com fluxos de tráfego) flutuantes, para que o app possa extrair (dados) e gerar planilhas”, reitera.