App inédito desenvolvido na região reduzirá trânsito na Rua do Adubo

Subchefe da Antaq sugeriu, e aluno da Fatec criou sistema que reunirá dados de entrada e saída de caminhões na área

Por: Matheus Müller  -  15/08/21  -  15:58
 Leitura de placas e “zonas de calor” balizarão o uso do aplicativo
Leitura de placas e “zonas de calor” balizarão o uso do aplicativo   Foto: Carlos Nogueira

A tecnologia, novamente, será arma contra um problema histórico na Rua do Adubo, na Margem Esquerda do Porto, em Guarujá. Um projeto inovador é desenvolvido por um estudante da Faculdade de Tecnologia (Fatec) da Baixada Santista, a partir de um desafio lançado pelo subchefe da unidade regional da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Daniel Alves dos Santos: encontrar uma forma de reduzir o fluxo de caminhões naquela região.


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Wesley Nascimento Silva, aluno do quinto ciclo de Sistemas para Internet da Fatec, afirma que o projeto consiste na criação um aplicativo (app) que reunirá os dados de entrada e saída dos caminhões nos terminais daquela área. Os dados serão gerados após a leitura por OCR (ferramenta de reconhecimento de caracteres das placas dos veículos), com acesso preciso 24 horas por dia. O app também captará a saída dos veículos dos pátios reguladores em direção ao Porto.


“A agência entendeu que deveria fazer um trabalho mais profundo de pesquisa da origem das filas e suas causas, não só fazer autuações nos terminais. Desde o começo do trabalho, identificamos pontos importantes”, como o fato de mais de 40% dos caminhões chegarem fora da janela de agendamento, diz o subchefe.


Com base nas informações captadas pelo app, Santos afirma que será possível observar as “zonas de calor e os horários com maior fluxo de caminhões”. A partir desses dados, será possível tomar medidas para aliviar o trânsito local.


“Podem-se disparar e-mails sobre aquecimento e geração de filas e, com isso, fazer uma intervenção. O terminal retém mais tempo o caminhão. Hoje, só atuamos em cima do problema instalado. A ideia é fazer uma gestão antecipada”, explica.


A Antaq entende que, como consequência dessa ferramenta, vão melhorar os processos de carga e descarga nos terminais e a circulação de veículos na Cidade.


Pioneirismo


Daniel Alves dos Santos menciona que ainda não há nenhum sistema semelhante nos portos do País e há interesse em expandir o projeto, assim que finalizado e testado. “Nesta semana (a anterior) fiz uma apresentação (sobre o app) aos colegas de Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e Belém (PA). A ideia é que, funcionando, possa ser distribuído.”


O professor especialista da disciplina de Algoritmos e Estrutura de Fados, Jorge Luiz Chiara, se mostra satisfeito em observar os alunos participando de forma efetiva de soluções inovadoras e entrando no mercado de trabalho. “É o nosso objetivo proporcionar cada vez mais aos alunos colocação no mercado de trabalho, que é bem competitivo.”


Além de Wesley Nascimento Silva, também participarão das etapas de elaboração e automação de recebimento de dados do app os alunos Pedro Luiz Souza Salvino e Karoline Teodoro da Silva.


Segurança


O subchefe da unidade regional da Antaq diz que o desafio, agora, é garantir a segurança de dados dos terminais. Ele e Wesley Silva visitaram empresas, que gostaram do projeto e aceitaram compartilhar os dados do sistema OCR, desde que o sigilo de informações seja respeitado — o que ocorrerá, assegura Santos.


“Temos um ponto muito importante, que é o sigilo das informações, inclusive para a coleta destes dados. É isso que estamos trabalhando hoje, uma forma de fazer um banco de dados sobre esses veículos (com fluxos de tráfego) flutuantes, para que o app possa extrair (dados) e gerar planilhas”, reitera.


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