Apesar de crise, setor de contêineres cresce no Brasil, destaca Piloni

secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários debateu no Summit Portos 5.0, evento do Grupo Tribuna

Por: Sandro Thadeu  -  21/10/21  -  21:50
 Evento ocorreu nesta quinta-feira (21) em Brasília
Evento ocorreu nesta quinta-feira (21) em Brasília   Foto: Divulgação

A crise dos contêineres, que está impactando os portos de todo o mundo, tem afetado em menor grau o Brasil, em comparação a outros países. A análise é do secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni, que debateu essa questão durante sua participação no Summit Portos 5.0, evento do Grupo Tribuna realizado nesta quinta-feira (21), em Brasília.


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As dificuldades logísticas em diversas nações, o aumento do consumo, a alta demanda por insumos médicos, os efeitos da pandemia de covid-19 e até mesmo a dificuldade de mão de obra em alguns elos da cadeia produtiva têm levado contêineres a ficarem parados em alguns portos e países e, consequentemente, acabam faltando em outras nações.


Apesar do momento de inquietação, o representante do Governo Federal afirmou que o setor de contêineres no Brasil teve um aumento de quase 16% em suas operações de janeiro a agosto deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. No Porto de Santos, de janeiro a setembro de 2021, essa evolução foi ainda maior: 20% em relação a 2020.


“(Em Santos) estamos chegando a 3,6 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), com a perspectiva de alcançar 5 milhões de TEUs até o final deste ano. Esse é um número histórico”, destacou.


Uma das preocupações do poder público é encontrar alternativas para que o mercado seja bem atendido. “O setor portuário brasileiro cresceu 4% no ano passado e, neste primeiro semestre, 9% em relação ao mesmo período de 2020”, afirmou.


Na avaliação de Piloni, a aprovação do Projeto de Lei 4199/2020, que cria o Programa de Incentivo à Navegação de Cabotagem, o BR do Mar, vai trazer uma “verdadeira revolução” para o mercado de contêineres no País.


“Temos ainda ações mais diretas, que são os leilões. Estamos trabalhando para licitar os dois primeiros terminais de contêineres depois da aprovação do marco regulatório de 2013, que são o STS 10 (no Cais do Saboó, em Santos) e em Itajaí (SC), que entra no contexto da desestização daquele porto”, explicou.


Participante do mesmo painel que Piloni, a diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) Flávia Takafashi explicou que um dos grandes desafios do órgão é promover a concorrência e o aperfeiçoamento dos portos para que o mercado seja dinamizado.


“O setor de contêineres sofre muitas mudanças rapidamente, porque há navios cada vez maiores chegando e terminais precisando de mais investimentos. Não podemos olhar de maneira estanque para limitar a eficiência”, disse.


O CEO para América Latina da APM Terminals, Leo Huisman, que participou do mesmo painel, destacou que o mercado de contêineres é extremamente competitivo para importadores e exportadores no Brasil, porque existem diferentes portas de entrada, ao contrário de outros países. “Vejo que o País é um motor que está começando a engrenar. O Brasil mostrou bastante resiliência durante a pandemia de covid-19 e vocês precisam mostrar cada vez mais essa ambição. Fico preocupado com a possibilidade de o País não estar preparado para gerenciar esse crescimento nos próximos anos”, justificou.


Esse painel contou ainda com a participação do especialista em concorrência e ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Barreto, e do secretário de Fiscalização de Infraestrutura Portuária e Ferroviária (Seinfra) do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Martinello Lima.


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