A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) pretende criar um balcão virtual de fretes. O objetivo é ter um ambiente para troca de ofertas de transporte marítimo, conectando usuários e empresas do setor.
Para garantir a criação da plataforma, a agência reguladora abriu, ontem, um período para o recebimento de subsídios da comunidade marítima. As manifestações serão aceitas até 9 de março, exclusivamente por meio eletrônico.
O plano da Antaq prevê ampliar a competição entre as empresas do setor. Isto porque o tomador do serviço divulgará sua necessidade de transporte e os transportadores apresentarão suas propostas na plataforma virtual. Conforme a agência, a ideia é ofertar não apenas o transporte marítimo, mas toda a cadeia de serviços logísticos, garantindo uma solução completa aos usuários em um mesmo local.
Para o presidente da Federação Nacional das Agências Marítimas (Fenamar), Marcelo Neri, o plano da Antaq é visto com preocupação. O executivo afirma que a entidade é favorável “a ações inovadoras por parte do Governo que acompanhem o mercado de tecnologia atual e que visem simplificar, desburocratizar, facilitar e baratear os trâmites logísticos tanto para os usuários quanto para as empresas”.
Mas, neste caso, a preocupação gira em torno de eventuais controles do governo em relação ao livre mercado. “Nos parece mais sensato, dado o viés da pasta de economia do próprio Governo, que vinha defendendo mais espaço para a livre iniciativa privada, que estes portais de tecnologia que comungam de várias fontes, caso realmente tenham vantagem competitiva para todas as partes, possam ser promovidas pela própria iniciativa privada, e não, já que estamos falando de valores de mercado, como algo a ser eventualmente regulado pelo governo”, afirmou Neri.
O consultor portuário Marcos Vendramini aponta que a medida é bem-vinda. “Acredito tratar-se de uma ideia bem intencionada e que tem potencial para dar certo. Tudo dependerá das ideias e sugestões que configurarão os detalhes”.
Segundo o consultor, é preciso aguardar a metodologia como esta plataforma irá apresentar as demandas e as ofertas para suprir tais demandas.
“Para o transporte marítimo, não creio haver problemas relevantes, dado que praticamente toda a cadeia já opera em um formato de negócio e operação conhecido e com consistência”, disse Marcos Vendramini .