Usuários da cabotagem no Brasil apontam problemas no serviço

Free time do contêiner e valor de demurrage foram os problemas mais recorrentes, conforme pesquisa realizada pela Antaq

Por: Da Redação  -  23/01/20  -  23:34
Aprovação do PDZ é aguardada pela comunidade portuária
Aprovação do PDZ é aguardada pela comunidade portuária   Foto: Carlos Nogueira

O "elevado nível de utilização" da frota de porta-contêineres na navegação de cabotagem (transporte marítimo de cargas pelas costas dos países) está entre os problemas destacados por usuários do serviço no Brasil, segundo pesquisa realizada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), órgão regulador do setor, entre setembro e outubro do ano passado.


No levantamento, foram entrevistados 44 médias e grandes empresas nacionais que utilizaram, nos 12 meses anteriores, a cabotagem na movimentação de seus produtos. O objetivo principal do trabalho foi quantificar a "utilização efetiva" do modal aquaviário e, ainda, identificar possíveis empecilhos e condições necessárias para o aumento da utilização dessa modalidade de transporte.


Para 73% dos entrevistados, o free time do contêiner (tempo geral da operação) e o valor do demurrage (tempo em que o contêiner fica ocioso no terminal, quando é cobrada uma taxa de uso pelo armador) se constituíram como problemas vivenciados.


Em seguida, foi lembrada a omissão de portos - quando a empresa de navegação de cabotagem não atraca no porto previsto -, indicada por 66% dos consultados, e o overbooking (quando há falta de espaço para contêineres nos terminais), citado por 56%. Outro ponto ressaltado - por 46% das empresas participantes da pesquisa - foi o atraso na entrega ou a falta de confiabilidade.


Quando perguntado sobre as condições necessárias para o aumento da utilização do transporte de cabotagem, os entrevistados apontaram melhorias na confiabilidade dos prazos e, principalmente, a redução do preço do frete.


A pesquisa faz parte de um estudo desenvolvido pela Gerência de Desenvolvimento e Estudos (GDE) da Superintendência de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade (SDS), que pretende fomentar alternativas regulatórias para aumentar a competição no transporte de contêineres na cabotagem.


Posicionamento


Questionada por A Tribuna sobre o resultado da pesquisa, a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem afirmou estar "surpresa" com os resultados. Mas resolveu não comentar a respeito por não ter acesso ao conteúdo do levantamento, com detalhes de como a mesma foi realizada.


Logo A Tribuna
Newsletter