Trabalhadores do Porto de Santos pedem auditoria em escala digital do Ogmo

Sindicatos das categorias portuárias também perguntam quando indenizações previstas na MP serão pagas

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  08/04/20  -  21:26
MP 945 prevê afastamento de profissionais de grupo de risco
MP 945 prevê afastamento de profissionais de grupo de risco   Foto: Carlos Nogueira/AT

Os trabalhadores do Porto de Santos pediram à Autoridade Portuária de Santos, novo nome da Companhia Docas do Estado de São Paulo, a Codesp, uma auditoria no sistema de escala digital de avulsos no cais santista. Os portuários ainda pedem que o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) e os operadores portuários informem quando serão disponibilizados os ressarcimentos previstos na Medida Provisória 945, além dos valores a serem recebidos.


Representantes de trabalhadores se reuniram, na noite de segunda-feira (6), com o diretor-presidente da Autoridade Portuária, Casemiro Tércio Carvalho, na sede da empresa. Segundo os sindicalistas, após ouvir as queixas das categorias, o executivo se comprometeu a contratar uma auditoria para verificar como é feita e quais são os problemas da escala digital.


“Falamos sobre o sistema de escala do Ogmo, que dá problema em todas as escalas, e que a situação piorou de domingo para cá. Relatamos esses problemas na reunião e falamos que já tentamos contratar uma auditoria, mas isso era muito caro para nós, cerca de R$ 15 mil. Ele nos disse que teria contratado, se tivéssemos falado com ele. Agora, ele disse que vai contratar”, disse o vice-presidente do Sintraport, Robson Gama dos Santos. 


Na lista de pedidos encaminhados ao presidente da Autoridade Portuária, estão a reabertura de dois postos de escalação para que os trabalhadores consigam se adaptar à escala 100% digital, e a redução do período de descanso obrigatório de 11 para seis horas.


Nesta terça-feira (7), os sindicalistas do Porto ainda aprovaram o plano de acionar representantes do Ministério Público do Trabalho. Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, o objetivo é relatar as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores após a publicação da MP. 


“Há uma empresa contratada para gerenciar esse sistema há anos, que presta um serviço ruim, que atrapalha pessoas todos os dias, e continua. E, agora, vai dar prejuízos ao trabalhador”, destacou Cirino. 


Quando e quanto? 


Os avulsos que foram afastados de suas funções querem saber quando começarão a ser pagas as indenizações. “Normalmente, a pessoa trabalha hoje e recebe 48 horas depois. Agora, com o bloqueio do pessoal, não se sabe qual será o valor e nem quando eles vão receber”, afirmou Gama.


Envolvidos


Procurada, a Autoridade Portuária informou que recebeu as manifestações de desagrado ao sistema de escalação digital de trabalhadores. E pediu que as demandas e propostas de melhorias fossem enviadas pelos sindicalistas. 


Já o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) informou que o impacto do pagamento de indenizações e o cálculo está sendo levantado pelo Ogmo, que deverá ter o resultado nos próximos dias. O Ogmo não respondeu aos questionamentos sobre pagamentos e afastamentos.


Logo A Tribuna
Newsletter