Sindestiva terá novo presidente em 1º de janeiro

Bruno José dos Santos venceu as eleições e comandará entidade entre 2021 e 2023

Por: Da Redação  -  02/12/20  -  23:05

Após 18 anos, o Sindicato dos Estivadores de Santos e Região (Sindestiva) tem um novo presidente. Com 1.115 votos, Bruno José dos Santos, de 46 anos, comandará a entidade a partir do próximo dia 1º. Entre os planos do sindicalista estão ações para qualificar trabalhadores e melhorar a imagem da categoria.


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Pelos próximos três anos, Bruno  vai ocupar o cargo de Rodnei Oliveira da Silva, conhecido como o Nei da Estiva. Dos 1.770 votantes, apenas 623 apostaram na continuidade da gestão. Além disso, 21 votaram em branco e 11 votaram nulo.


Estivador há 27 anos, o novo presidente concorreu pela primeira vez. Ele é casado e mora em Santos.


“Foi uma disputa muito apertada. Sem dinheiro e sem a máquina. Mas vencemos em todas as 13 urnas que foram utilizadas”, afirmou. “Agora, o que a gente quer é dar espaço para o diálogo. Às vezes, é preciso abaixar a cabeça e tentar negociar. Se os operadores ganham, todos nós ganhamos também”.


Passadas as comemorações, o presidente eleito pretende iniciar o processo de transição da gestão do Sindestiva. Segundo ele, o plano visa obter informações sobre a atual situação financeira da entidade.


“Na semana que vem, vamos tentar saber realmente o que acontece lá dentro. Não tivemos prestações de contas recentes. Por isso, é importante começar o quanto antes”, afirmou Bruno.


A partir dos levantamentos, o presidente eleito pretende iniciar a implantação de suas metas. “Nós queremos resgatar as perdas de trabalho e restabelecer o diálogo com os operadores. Ficamos com a imagem de baderneiros e precisamos superar isso para melhorar as negociações”.


Segundo Bruno, também é importante retomar o vínculo do Sindestiva com a Federação Nacional dos Estivadores (FNE). “Precisamos ter voz com o Governo Federal e a federação é importante para estar mais perto de Brasília”.


A qualificação dos estivadores é uma preocupação para o presidente eleito. Por isso, ele pretende oferecer cursos na sede do Sindestiva. “Não sou contra parcerias. Temos estivadores dando aula em vários lugares, até fora de Santos. Por que não levar esse conhecimento para o sindicato?  Temos ótimos operadores e professores”.


Aulas de inglês para a categoria também estão nos planos de Bruno. “Todo estivador tem que ser qualificado para falar com a tripulação estrangeira”, afirmou. “Sobre isso, também gostaria de destacar que nós não paramos durante a pandemia e tivemos contato com o pessoal que veio de fora com risco de ter a doença.  O Porto segue batendo recordes e nós trabalhamos firme para isso”.


Outro plano da nova gestão do Sindestiva é reformar a sede da entidade. “O prédio foi leiloado, pagamos aluguel e precisamos ter um espaço melhor para os nossos trabalhadores”.


De saída


“Tenho a certeza que durante todos esses anos lutamos e resistimos para mantermos o nosso mercado de trabalho avulso e contra o extermínio da nossa categoria. Desejo boa sorte à nova diretoria e espero que possam continuar a luta a favor do trabalhador contra as investidas patronais e do governo”, afirmou o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos e Região (Sindestiva), Rodnei Oliveira da Silva, que permanece no cargo até o próximo dia 31. 


Nei foi eleito presidente da entidade pela primeira vez em 2002, aos 29 anos. E cumpriu seis mandatos consecutivos. Filho de Vanderlei José da Silva e neto de Nicanor José da Silva, seguiu os passos da família como líderes sindicais.


Entre as suas lutas no Sindestiva, Nei destaca a articulação contra a Medida Provisória (MP) 595/2012, que foi convertida na lei nº 12.815, a lei dos portos. Para o sindicalista, a legislação tinha como objetivo “terminar com a exclusividade da categoria, porém, após seis meses de luta, foi mantido o direito da exclusividade da categoria”.


Neste ano, a luta foi contra a MP 945, que afastou trabalhadores por conta da covid-19. O sindicalista também destaca a inclusão de mais de 5 mil novos matriculados que vão atuar como estivadores ao longo dos próximos anos.


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