Proposta para Portus prevê acabar com pensão a viúvas

Governo apresentará plano a sindicalistas nesta quinta-feira (12), em reunião em Brasília. Rombo do fundo chega a R$ 3 bilhões

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  12/12/19  -  23:03
Sede da Codesp, em Santos
Sede da Codesp, em Santos   Foto: Carlos Nogueira

A crise do Instituto de Seguridade SocialPortusserá tema de uma reunião nesta quinta-feira (12), em Brasília, com a participação de integrantes do Governo Federal e representantes de sindicatos portuários. Nela, serão apresentadas formalmente as propostas para salvar o fundo. No entanto, uma das questões propostas já é rechaçada pelos trabalhadores: o fim do pagamento de pensãoàviúvas de portuários.


O fundo de pensão tem um rombo estimado em cerca de R$ 3 bilhões. Na região, os problemas financeiros doPortusatingem mais de 4 mil pessoas que ainda contribuem ou recebem mensalmente a complementação da aposentadoria. Em todo o país, são cerca de 10 mil participantes.


Na última sexta-feira (6), em evento na sede do Grupo Tribuna, o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, do Ministério da Infraestrutura, DiogoPiloni, comentou parte da proposta para salvar o fundo de pensão. A alternativa prevê o congelamento de benefícios de segurados por 15 anos.


O executivo destacou que o plano foi aprovado pelo interventor do fundo de pensão, pelaPrevic(Superintendência Nacional de Previdência Complementar, do Ministério da Fazenda) e por quase todas as companhias docas, que também deverão apresentar suas contrapartidas.


Contudo, é necessária a aprovação da classe trabalhadora, que inclui os contribuintes da ativa e os aposentados, que já recebem o benefício. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Portuária (Sindaport),EverandyCirino dos Santos, há pontos a serem esclarecidos.


“Eu já coloquei extraoficialmente que não existe a possibilidade de aceitarmos o fim do pagamento de pensão às viúvas. Não podemos desamparar as esposas dos portuários no momento em que elas mais precisam”, afirmouEverandyCirino.


Segundo o sindicalista, a proposta prevê que apenas as futuras viúvas serão afetadas pela nova regra, caso ela seja aprovada. Quem já recebe o benefício não será afetado pela medida.


Segundo Cirino, também é proposto o fim do 13º salário para os segurados, além do aumento da contribuição. Os aposentados, que hoje pagam 10% do benefício, passarão a pagar 13%. O pessoal da ativa terá um aumento de 3,8%. “Uma possibilidade é aumentar mais a contribuição para garantir o pagamento das viúvas ou criar um critério para evitar abusos, de acordo com o tempo de união, algo assim. Mas não podemos deixá-las sem o benefício”, disse.


Com a apresentação da proposta nesta quinta-feira (12), Cirino prevê que os participantes doPortusserão comunicados em janeiro. Isto porque a aprovação do plano deve ser coletiva, em assembleia.


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