Presidente da Praticagem de SP afirma que regra de afastamento não é viável

Norma determina que profissionais fiquem a, pelo menos, dois metros dos tripulantes de navios que atendem

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  13/04/20  -  01:35
Medida foi tomada devido ao surto de coronavírus pelo mundo
Medida foi tomada devido ao surto de coronavírus pelo mundo   Foto: Carlos Nogueira/AT

A regra que determina o afastamento de, pelo menos, dois metros entre práticos e tripulantes de navios estrangeiros é “inexequível”, segundo o presidente da Praticagem de São Paulo, Carlos Alberto de Souza Filho. De acordo com o profissional, o Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) levará a questão à Comissão Nacional das Autoridades dos Portos (Conaportos). A regra visa evitar a propagação do coronavírus no País. 


Essa norma, da Conaportos, também é estendida a servidores públicos e trabalhadores portuários. “Ficamos satisfeitos por termos sido, pela primeira vez, lembrados em uma norma contra o coronavírus. Mas, em termos práticos, o seu alcance é limitado. O papel aceita tudo, mas manter distância de comandantes e da tripulação é inexequível”, destacou Souza Filho. 


Os práticos são os responsáveis por orientar os oficiais dos navios nas manobras de atracação e desatracação. Diariamente, eles vão a bordo das embarcações e utilizam áreas internas dos cargueiros, incluindo escadas, elevadores e outros equipamentos. Por este motivo, são os primeiros a terem contato com as tripulações estrangeiras. 


“Nós vamos a bordo, muitas vezes subimos 10 andares em elevadores apertados ou optamos por escadas externas, molhadas, algumas cheias de óleo. Cada navio é de um jeito, mas os radares ficam ao lado do timoneiro, o comandante também fica próximo para ouvir e executar as nossas orientações. E nós, para acompanharmos o que está sendo feito”, explicou o presidente da Praticagem de São Paulo. 


Vacinas


Souza Filho está tentando, junto às autoridades municipais, autorização para que os práticos e os marítimos da empresa sejam incluídos, junto com os portuários, na segunda etapa da vacinação contra o H1N1, programada para começar dia 16 de abril.


“Nós estamos inseridos nessa comunidade, embora oficialmente não sejamos considerados portuários. Como estamos diariamente trabalhando nas operações de entrada e saída de navios no Porto de Santos, e expostos aos riscos de conviver com passageiros e tripulantes que podem estar com a Covid-19, seria importante tomar a vacina o mais breve possível”, explicou o prático.


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