Portuários protestam contra planos da autoridade portuária

Trabalhadores do Settaport questionam falta de diálogo na elaboração do PDZ do Porto de Santos

Por: Da Redação  -  20/01/20  -  14:41
Trabalhadores do Settaport protestam em frente à sede da Codesp, no Macuco
Trabalhadores do Settaport protestam em frente à sede da Codesp, no Macuco   Foto: Divulgação/Settaport

A falta de diálogo entre a comunidade portuária e a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) durante a elaboração do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos foi alvo de um protesto realizado nesta manhã (20). Trabalhadores do Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Settaport) foram à porta da autoridade portuária com uma série de reivindicações.


O protesto começou no Centro da cidade, no local onde eram realizadas as assembleias do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). Em seguida, o grupo de trabalhadores seguiu para a sede da Docas, no Macuco, onde acontecia a reunião.


O PDZ estabelece estratégias e metas para o desenvolvimento racional e a otimização do uso de áreas e instalações do porto organizado. A previsão da autoridade portuária é de que o estudo seja concluído no próximo mês.


“O protesto é contra o presidente da Codesp [Casemiro Tércio Carvalho] que não quer discutir o PDZ com a parte trabalhadora. Isso é um absurdo e estamos muito preocupados com o futuro dos nossos empregos”, afirmou o presidente do Settaport, Francisco Nogueira.


O sindicalista é contra a implantação de dois terminais de celulose na cidade. O plano do Governo Federal é licitar as duas áreas anteriormente ocupadas pelo Grupo Libra, no Macuco e na Ponta da Praia, nos próximos meses.


Mas, para os trabalhadores, há o temor de perda de postos de trabalho. “A celulose não emprega como o contêiner. E dizem que essa carga vai chegar de trem que conta com um ramal ferroviário sucateado. Vai gerar desemprego para os rodoviários”, destacou o presidente do Settaport.


Outro ponto destacado pelos trabalhadores é o plano de utilização dos armazéns 1 ao 8, no Valongo. O presidente da autoridade portuária já anunciou que pretende retomar a operação portuária naquela região. “Esta é uma área destinada à revitalização, com restaurantes, áreas de lazer e conveniência. E, do jeito que está, prejudica o programa Alegra Centro”.


Outro lado


Procurada, a autoridade portuária informou que apresentou ao CAP, nesta manhã,uma versão preliminar do PDZ e que o órgão conta com representantesda sociedade civil, além de usuários do Porto e trabalhadores indicados pela Federação Nacional dos Portuários, assim como governos municipais, sindicatos e associações.


A estatal aponta, ainda, que deverá realizar outras rodadas com órgãos setoriais, visando colher contribuições para a conclusão do PDZ.


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