Portuários devem ficar a dois metros de tripulantes estrangeiros que chegarem ao Porto

Regra é da Comissão Nacional das Autoridades dos Portos e foi publicada nesta quarta-feira (25), com o objetivo de evitar a propagação do coronavírus

Por: Da Redação  -  26/03/20  -  15:30
Tripulante disse à Reportagem que apresentou sintomas e custou a receber confirmação da doença
Tripulante disse à Reportagem que apresentou sintomas e custou a receber confirmação da doença   Foto: Rogério Soares

Trabalhadores portuários, servidores públicos e práticos devem manter distância de, pelo menos, dois metros de tripulantes estrangeiros que chegarem ao Porto de Santos, especialmente de quem esteja tossindo ou espirrando. A regra é da Comissão Nacional das Autoridades dos Portos (Conaportos) e foi publicada nesta quarta-feira (25), com o objetivo de evitar a propagação do coronavírus no País. 


Os práticos, profissionais responsáveis pelas manobras de atracação e desatracação de navios, vão a bordo das embarcações e utilizam áreas internas. Já os trabalhadores normalmente interagem com os marítimos durante as operações. 


Por isso, para o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos e Região (Sindestiva), Rodnei Oliveira da Silva, a medida não poderá ser cumprida pela categoria. “Não tem como. O contato com a tripulação é diário, a cada período. A operação a bordo é acompanhada pela tripulação no embarque ou na descarga. Isso não impede o contato”. 


A Conaportos também determinou a observância e o cumprimento das recomendações, orientações e dos protocolos das autoridades, especialmente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A regra que impõe condições para o desembarque de tripulantes também entra nessa lista. 


“Embarcações cargueiras em rota internacional (longo curso) somente poderão atracar e operar se não ocorrer desembarque de qualquer tripulante, durante 14 dias a contar da data de saída da embarcação do último porto estrangeiro, excetuando os desembarques indispensáveis à operação. E deve ser garantido o mínimo contato da tripulação com os trabalhadores portuários brasileiros neste período, restringindo-se este aos limites do terminal portuário”. 


>A Conaportos, que representa as autoridades portuárias, também fala em adoção de medidas para evitar aglomerações em pontos de acesso de pessoas e veículos. Mas não especifica a forma de escalação de trabalhadores portuários. O Ministério Público do Trabalho e o Ministério da Infraestrutura recomendam a escala eletrônica, mas os avulsos, principalmente os estivadores, são contra. 


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