Portuários criticam falta de material de higiene para evitar contaminações no cais de Santos

No Porto, itens básicos, como sabão líquido e papel toalha para secagem das mãos, não são encontrados em banheiros, segundo os trabalhadores

Por: Da Redação  -  27/03/20  -  15:54
Procura por álcool em gel aumentou na última semana devido a pandemia do Covid-19
Procura por álcool em gel aumentou na última semana devido a pandemia do Covid-19   Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Trabalhadores do Porto de Santos denunciam a falta de itens de higiene, como sabão e álcool em gel, e de máscaras de proteção, para evitar contaminações pelo coronavírus, no cais santista. No Porto de Vitória (ES) foi confirmado o primeiro caso da doença entre portuários. E a deputada federal Rosana Valle (PSB-SP) pediu novas providências ao Ministério da Infraestrutura. 


No Porto de Santos, itens básicos, como sabão líquido e papel toalha para secagem das mãos, não são encontrados em banheiros, segundo os trabalhadores. Já o álcool em gel, quando é disponibilizado, fica no acesso aos gates, distante do local de trabalho das equipes de avulsos. 


Em muitos casos, segundo o Sindicato dos Estivadores de Santos e Região (Sindestiva), máscaras, luvas e álcool em gel são doados por tripulantes estrangeiros durante as operações de carga ou descarga. Há também trabalhadores que foram impedidos de exercer suas funções por estarem sem os equipamentos de proteção necessários. 


Outra denúncia dos trabalhadores avulsos gira em torno da falta de álcool em gel no Posto de Escalação nº 3, do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) que fica na Ponta da Praia. No local, cerca de 500 pessoas, a maioria estivadores, se reúnem diariamente para a escala de trabalho. 


Intervenção


A deputada federal Rosana Valle (PSB) sugere que a Autoridade Portuária de Santos, novo nome da Codesp, instale estações de higienização para que trabalhadores possam lavar as mãos regularmente. A parlamentar também pede a instalação de estruturas extras de banheiros químicos na faixa do cais dos complexos marítimos brasileiros, à exemplo do que foi feito nos portos do Paraná. 


“Solicito que a Autoridade Portuária de Santos promova a lavagem regular das áreas primárias e demais correlatas de operações, pátios, armazéns, vias férreas e outras instalações (...) utilizando produtos desinfetantes aos quais o coronavírus é vulnerável”, destacou a parlamentar, em ofício ao Ministério da Infraestrutura. 


Envolvidos


Procurada, a Autoridade Portuária informou que, diariamente, a equipe da fiscalização verifica os equipamentos instalados ao longo do cais para reabastecimento de álcool em gel. Segundo a estatal, é possível que “eventual e pontualmente, se verifique falta momentânea” dos produtos, que podem ser solicitados ao setor de fiscalização. “Destacamos que há sempre a alternativa do trabalhador lavar as mãos com água e sabão”. 


O Ogmo informa que tem adotado todas as recomendações das autoridades para evitar a contaminação dos trabalhadores portuários pelo coronavírus. 


Logo A Tribuna
Newsletter