Porto de Santos será responsável por 95% da exportação nacional de algodão

A colheita deve ser iniciada no próximo mês, mas os embarques se estenderão até março do ano que vem. Previsão é feita pela Maersk, líder mundial no transporte de contêineres

Por: Fernanda Balbino  -  01/07/20  -  20:53
A colheita deve ser iniciada no próximo mês
A colheita deve ser iniciada no próximo mês   Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash

Com uma safra prevista de 2,8 milhões de toneladas, cerca de 1,8 milhão de toneladas de algodão devem ser exportadas em todo o País. Deste total, a maior parte da commodity, o equivalente a 95%, será escoada pelo Porto de Santos. A colheita deve ser iniciada no próximo mês, mas os embarques se estenderão até março do ano que vem.  


A previsão é da Maersk, líder mundial no transporte de contêineres. De acordo com o diretor Comercial para Costa Leste de América do Sul, Gustavo Paschoa, as exportações de algodão começaram em alta neste ano.  


No fim do primeiro trimestre, no entanto, as operações começaram a cair por conta da sazonalidade da carga. Mas, até agora, não houve impacto nos embarques da commodity por conta da covid-19. 


“O Porto de Santos, sem dúvida nenhuma, é o principal porto de escoamento. Neste ano, a previsão de safra é 2,8 milhões de toneladas, alinhado com o que tivemos na safra passada (2020-2021). A gente vai ter um pequeno crescimento da safra. Com 70% dela vendida pras trades, os produtores estão felizes”, destacou Paschoa. 


Segundo o executivo, uma fatia que varia entre 30% e 35% do algodão escoado pelo Porto de Santos é transportada através de ferrovias. Esta rota parte de Rondonópolis (MT) e segue em direção ao cais santista. 


Neste caso, a estufagem dos contêineres é realizada na zona produtora, no Centro-Oeste. A carga direcionada à Margem Esquerda (Guarujá) do complexo é embarcada no Tecon, administrado pela Santos Brasil.  


“O modal ferroviário cresceu muito e é significativo, representando entre 30% e 35% do total.  Mas há dois anos, o volume era de 10% a 12%”, explicou Paschoa. 


O executivo explicou, ainda, que após a chegada da carga no complexo marítimo, os contêineres vazios são transportados pelas ferrovias até Rondonópolis, o que garante eficiência logística e consequente redução de custos. No entanto, essa operação esbarra em um gargalo de acesso à Margem Direita (Santos).  


Por isso, as cargas que são operadas nesta região são transportadas de trem entre Rondonópolis e Sumaré, no interior do Estado. De lá, partem em caminhões até o Porto. Porém, o custo logístico pode ser até 40% maior.  


Mercado  


Segundo Paschoa, uma parcela de 70% da safra já está negociada. No entanto, o acordo firmado entre China e Estados Unidos representa uma preocupação para o setor. Isto porque o país norte-americano é um concorrente do Brasil na produção de algodão. 


“Isto pode causar um impacto. Não tem nada que indique isso por enquanto, as trades estão confiantes, mas é algo que a gente está monitorando de perto”, explicou o diretor da Maersk.  


Uma pequena parcela da produção de algodão brasileiro fica no mercado nacional. Neste caso, o fator determinante será a retomada da indústria da confecção que, assim como outros setores da economia, foi impactada pela pandemia da covid-19.


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