Porto de Santos prevê movimentar 4,4 milhões de TEU neste ano

Estimativa é de que volume seja 6,1% maior do que o operado em 2019

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  09/01/20  -  22:28
Canal deverá ter 15,3 metros de profundidade para permitir navegação de navios de grande porte
Canal deverá ter 15,3 metros de profundidade para permitir navegação de navios de grande porte   Foto: Arquivo/Carlos Nogueira/AT

Os terminais do Porto de Santos devem movimentar em torno de 4,4 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) neste ano. A previsão é de que o volume seja 6,1% maior do que a previsão de operações com caixas metálicas para 2019, que é de 4,1 milhões de TEU.


De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária de Santos, a movimentação de cargas conteinerizadas deve ser favorecida pelo maior dinamismo da atividade econômica interna e global.


Os estímulos do Governo Federal à cabotagem, por meio do programa BR do Mar também são considerados como uma boa expectativa para o setor. A ideia é que Santos se torne um hub, porto concentrador de cargas que têm como destino pequenos portos brasileiros ou localizados em países próximos, como Argentina e Uruguai.


Entre os terminais, também há expectativa positiva. Na DP World Santos, que fica na Margem Esquerda do Porto, na Área Continental de Santos, a expectativa de crescimento é de 17,2% de aumento.


Em 2019, o terminal movimentou 716.445 TEU. Para este ano, são esperados 840 mil TEU. A empresa também prevê aumentar as operações de celulose, após a conclusão de obras. No ano passado, 625 mil toneladas do produto foram embarcadas na DPW.


No caso da Brasil Terminal Portuário (BTP), que fica na Alemoa e opera apenas caixas metálicas, o aumento previsto também é de 4% em relação à movimentação do ano passado. Em 2019, o volume da instalação foi de 1,6 milhão de TEU.


Segundo a empresa, para 2020, há perspectivas de crescimento mundial e de aquecimento do mercado interno, e isso deve impactar positivamente os embarques de exportação de produtos agrícolas e pecuários brasileiros.


“Os destaques, em termos de crescimentos nos embarques pela BTP de commodities, quando comparados com 2019, devem ficar com o café, algodão e carne, além de uma retomada nos embarques de açúcar. A exportação geral de commodities, pela BTP, deve aumentar em torno de 4%”.


Ano decisivo


Para o economista e professor universitário Helio Hallite, em 2020, todas as preocupações estarão voltadas à movimentação de contêineres. Segundo ele, isto acontece, em parte, pelas projeções de 2010, que apontava níveis de crescimento, resultando em projeções de até 5 milhões de TEU.


“Nem o maior dos pessimistas apostaria em 2010 que Rodrimar, Ecoporto e, especialmente a Libra, estivessem ausentes como importantes players em contêineres. 2020 será um ano decisivo para esse setor com grandes reflexos regionais, afinal, o porto do agronegócio é bom, porém, restrito”, destacou.


O especialista destaca que a movimentação de caixas metálicas reflete em competência industrial e gera empregos e valores. Porém, depende de fatores que não são de responsabilidade de operadores portuários ou navios.


“Desburocratização, investimentos em infraestrutura multimodal e, principalmente a tão sonhada transformação do polo portuário em uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação), por que não? Afinal a nossa Zona Franca já existe na Rua 25 de Março [na Capital]. Será preciso um trabalho muito competente para promover as cargas em seus contêineres. Poderíamos até mudar aquele slogan: contêiner é tech, container é pop”.


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