Os terminais do Porto de Santos devem movimentar em torno de 4,4 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) neste ano. A previsão é de que o volume seja 6,1% maior do que a previsão de operações com caixas metálicas para 2019, que é de 4,1 milhões de TEU.
De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária de Santos, a movimentação de cargas conteinerizadas deve ser favorecida pelo maior dinamismo da atividade econômica interna e global.
Os estímulos do Governo Federal à cabotagem, por meio do programa BR do Mar também são considerados como uma boa expectativa para o setor. A ideia é que Santos se torne um hub, porto concentrador de cargas que têm como destino pequenos portos brasileiros ou localizados em países próximos, como Argentina e Uruguai.
Entre os terminais, também há expectativa positiva. Na DP World Santos, que fica na Margem Esquerda do Porto, na Área Continental de Santos, a expectativa de crescimento é de 17,2% de aumento.
Em 2019, o terminal movimentou 716.445 TEU. Para este ano, são esperados 840 mil TEU. A empresa também prevê aumentar as operações de celulose, após a conclusão de obras. No ano passado, 625 mil toneladas do produto foram embarcadas na DPW.
No caso da Brasil Terminal Portuário (BTP), que fica na Alemoa e opera apenas caixas metálicas, o aumento previsto também é de 4% em relação à movimentação do ano passado. Em 2019, o volume da instalação foi de 1,6 milhão de TEU.
Segundo a empresa, para 2020, há perspectivas de crescimento mundial e de aquecimento do mercado interno, e isso deve impactar positivamente os embarques de exportação de produtos agrícolas e pecuários brasileiros.
“Os destaques, em termos de crescimentos nos embarques pela BTP de commodities, quando comparados com 2019, devem ficar com o café, algodão e carne, além de uma retomada nos embarques de açúcar. A exportação geral de commodities, pela BTP, deve aumentar em torno de 4%”.
Ano decisivo
Para o economista e professor universitário Helio Hallite, em 2020, todas as preocupações estarão voltadas à movimentação de contêineres. Segundo ele, isto acontece, em parte, pelas projeções de 2010, que apontava níveis de crescimento, resultando em projeções de até 5 milhões de TEU.
“Nem o maior dos pessimistas apostaria em 2010 que Rodrimar, Ecoporto e, especialmente a Libra, estivessem ausentes como importantes players em contêineres. 2020 será um ano decisivo para esse setor com grandes reflexos regionais, afinal, o porto do agronegócio é bom, porém, restrito”, destacou.
O especialista destaca que a movimentação de caixas metálicas reflete em competência industrial e gera empregos e valores. Porém, depende de fatores que não são de responsabilidade de operadores portuários ou navios.
“Desburocratização, investimentos em infraestrutura multimodal e, principalmente a tão sonhada transformação do polo portuário em uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação), por que não? Afinal a nossa Zona Franca já existe na Rua 25 de Março [na Capital]. Será preciso um trabalho muito competente para promover as cargas em seus contêineres. Poderíamos até mudar aquele slogan: contêiner é tech, container é pop”.