Porto de Santos: integrar para crescer

Investimentos nas linhas ferroviárias que se conectam ao porto eliminarão um potencial gargalo ao crescimento

Por: Diogo Piloni  -  24/05/20  -  20:22
Nova diretoria da Codesp planeja modernizar a gestão do Porto
Nova diretoria da Codesp planeja modernizar a gestão do Porto   Foto: Carlos Nogueira/AT

A ampliação da capacidade do Porto de Santos com qualidade e eficiência logística é uma das principais metas do Ministério da Infraestrutura para os próximos anos. Sendo responsável por 28%da corrente de comércio em  2019, o porto apresenta trajetória de crescimento de 5% ao ano, o que tem permitido estruturá-lo para responder às demandas do comércio exterior, tanto em volume como em diversidade.

Esses dados, apesar de revelarem bons índices de produtividade, impõem, agora, a necessidade de investimentos imprescindíveis e com elevado grau de integração à logística nacional. Economia de escala, equilíbrio entre modais, geração de empregos e otimização da infraestrutura são as principais diretrizes. É hora de propor soluções harmoniosas, capazes de garantir um crescimento de forma racional e por um longo período.

As ferramentas para tal propósito foram concebidas pelo ministério no Plano Mestre e serão viabilizadas a partir da implementação do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do porto. Discutido no âmbito do Conselho de Autoridade Portuária e em aproximadamente 30 reuniões setoriais com mais de 50 entidades e representantes do setor e da comunidade, a consolidação dessa estratégia demandará comprometimento de todos.

O caminho já está bem demarcado. Fazem parte desse processo a movimentação de 100% das cargas da região de influência de Santos, evitando a perda de carga cativa para outros portos; a consolidação de áreas para clusterização de cargas com consideráveis ganhos de escala; e o aumento da participação do modal ferroviário nas operações.

Investimentos nas linhas ferroviárias que se conectam ao porto eliminarão um potencial gargalo ao crescimento. A construção de uma pera ferroviária na região de Outeirinhos se torna necessária para viabilizar o aumento da capacidade via modal ferroviário em toda a margem direita do Porto de Santos. O uso das vias principais para manobras será eliminado, beneficiando 13 terminais que dependem dessa infraestrutura para escoar 40% da movimentação de Santos por trilhos – aumento de cerca de 90% na movimentação ferroviária.

E como não poderia ser diferente para o porto líder em movimentação de cargas de elevado valor agregado, o planejamento contempla, ainda, aumento de 64% na capacidade de movimentação de contêineres nos próximos 20 anos. A adequada alocação dessas operações vai beneficiar tanto a dinâmica do porto como a mobilidade na área urbana.

Com a lógica da clusterização, notadamente com granéis em Outeirinhos, carga geral no Macuco e contêineres no Saboó, já estão publicados os editais dos terminais de celulose (STS14e 14 A) na região do Macuco.Os terminais para granéis líquidos (STS08 e 08A) na Alemoa estão em fase de consulta pública, com previsão de publicação do edital no 2º semestre. Em 2021, também estão previstos leilões do terminal de contêineres do Saboó e do terminal de granéis em Outeirinhos. Já as expansões programadas em infraestrutura de acessos, notadamente ferroviários, projetam cerca de R$ 1,5 bilhão em investimentos, além de cerca de R$ 2 bilhões nos novos terminais arrendados.

Aos que têm no porto sua principal fonte de geração de renda,fica a certeza de que se ampliarão oportunidades de trabalho com consistente geração de empregos. As cartas estão lançadas. A expectativa é enorme. A confiança de que o trabalho trará resultados positivos, maior ainda. Crescer é preciso!


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