Porto de Santos amplia malha ferroviária

Obras para a construção da 3ª linha férrea na região do Valongo, entre os armazéns 1 a 12, na Margem Direita, já começaram

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  06/02/21  -  21:56
Acessos ferroviários ao Porto de Santos foram tema de uma audiência pública realizada nesta quarta
Acessos ferroviários ao Porto de Santos foram tema de uma audiência pública realizada nesta quarta   Foto: Vanessa Rodrigues

O Porto de Santos começou a ampliar sua malha ferroviária na região do Valongo, com a instalação de uma 3ª linha na região. As obras, iniciadas no mês passado, ocorrem nas proximidades dos armazéns 1 a 12, entre os bairros Valongo e Paquetá, na Margem Direita do complexo. Segundo a Portofer, responsável pela obra, as intervenções vão otimizar a entrada e saída dos trens no complexo portuário e ampliar sua capacidade de movimentar cargas férreas.


“É uma obra estruturante que vai otimizar a eficiência do fluxo, colaborando para que o Porto receba maiores volumes pelo modal ferroviário”, informou a empresa em nota.


De acordo com a Portofer, as intervenções fazem parte de um projeto de remodelação das linhas férreas que atendem o corredor de exportação das áreas do Macuco e da Ponta da Praia. O projeto, iniciado em maio do ano passado, tem previsão de conclusão até junho.


Em relação às obras da pera ferroviária em Outeirinhos, outra obra que integra o projeto da Portofer, a empresa disse que “está aguardando posicionamento da Autoridade Portuária de Santos (APS)”. Em nota, a APS afirma que as obras em curso ou planejadas “estão alinhadas com o planejamento estratégico do Porto de Santos”.


De saída?


A malha ferroviária interna do Porto, de responsabilidade da Portofer, tem capacidade para atender 50 milhões de toneladas anuais – volume que logo será insuficiente diante dos investimentos previstos pelo Governo Federal e, ainda, da pretensão das operadoras ferroviárias de movimentar, entre o cais santista e o interior do País, quase 100 milhões de toneladas anuais.


Por conta disso, o Ministério da Infraestrutura e a APS já demonstraram a intenção em rescindir o contrato com a empresa, que tem validade até 2025.


No final do ano passado, foi aberta uma consulta pública que visa firmar um novo contrato para a exploração da malha interna, garantindo R$ 2 bilhões em investimentos. A intenção é que a concessão seja repassada a uma sociedade depPropósito específico (SPE) para a gestão, operação, manutenção e expansão Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips).


Uma possibilidade é que a SPE seja formada pelas operadoras ferroviárias que atendem o cais santista, a MRS (que já demonstrou interesse) e a Rumo Logística (que, assim como a Portofer, faz parte do Grupo Cosan).


Questionada sobre a continuação das obras, se os trabalhos serão impactados devido à abertura de consulta pública e à possibilidade de rescisão, a Portofer informou que “demais investimentos serão tratados no novo modelo de gestão da Fips, que se encontra em fase de audiência pública, sob coordenação da APS”.


E acrescentou: “Todos os investimentos em questão são de extrema importância operacional para o Porto de Santos e os terminais, devendo ser equacionados em qualquer formato de contrato”.


Audiência pública


A APS informou que as obras e os investimentos serão tema de discussão na audiência pública sobre Fips, que será realizada na quarta-feira (10).


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