Plano prevê remoção de tripulantes com suspeita de coronavírus no Porto de Santos

Segundo a Anvisa, caso o vírus chegue ao Brasil por meio de navios, medidas serão adotadas para evitar contaminações

Por: Fernanda Balbino  -  28/01/20  -  19:29
Anvisa descarta riscos de contaminação em tripulantes chineses no Porto
Anvisa descarta riscos de contaminação em tripulantes chineses no Porto   Foto: Divulgação/Sindicato dos Estivadores de Santos

O risco da chegada de um tripulante infectado com coronavírus ao Porto de Santos preocupa trabalhadores portuários e moradores da cidade. Mas, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), caso isto aconteça, há um plano que prevê a remoção do paciente para um hospital de referência.


O surto de coronavírus provocou 106 mortes na China, onde o número de infectados ultrapassa 4,5 mil. Até agora, 100 mortes foram registradas na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro da contaminação.


Ao menos 15 países em quatro continentes já confirmaram casos importados da doença. No Brasil, mais de 7 mil rumores de contaminação por coronavírus já foram avaliados pelo Ministério da Saúde. Porém, nenhum foi confirmado.


Uma viagem da China ao Porto de Santos dura, em média, 35 dias. O período de incubação da doença é inferior, de até 14 dias. Por conta disso, há a possibilidade do tripulante sair saudável da Ásia e apresentar os sintomas da doença em alto-mar.


Caso isto aconteça, segundo a Anvisa, o navio não é autorizado a operar e ninguém poderá desembarcar da embarcação. A possibilidade de contágio chegará à autoridade sanitária brasileira porque os comandantes dos cargueiros são obrigados a apresentar uma declaração marítima de saúde para cada tripulante a bordo.


Isso deve ser feito com 72 horas de antecedência. Então, se houver sintomas da doença, eles serão relatados pelo comandante. A partir daí, equipes da Anvisa e da vigilância epidemiológica vão a bordo para inspecionar a embarcação e avaliar o paciente.


Segundo o Ministério da Saúde, é considerado caso suspeito de coronavírus a pessoa que viajou, nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas, para área de transmissão. Quem teve contato próximo com um infectado também está no grupo de risco.


Caso a suspeita seja mantida, o tripulante é removido para um hospital de referência. Já a embarcação não receberá Livre Prática, autorização para operação.


A tripulação ficará impedida de desembarcar. Isso evita a propagação da doença da cidade e entre os trabalhadores portuários.


Em caso de confirmação


Se for confirmado o caso de coronavírus, a Anvisa e a vigilância epidemiológica são responsáveis por uma avaliação sobre o procedimento que será adotado com a tripulação que ficou a bordo.


Por outro lado, se a detecção de caso suspeito ocorrer durante a operação portuária, a Anvisa será responsável por paralisar as atividades e pela retenção da tripulação a bordo da embarcação.


Nesse caso, deve ser investigado se o tripulante suspeito já havia descido do navio para que a vigilância epidemiológica realize a investigação de possíveis contatos.


Segundo a Anvisa, em todas as situações de casos suspeitos encaminhados para o serviço hospitalar, a confirmação ou descarte definitivo da suspeita é feita pelo serviço de saúde e pela vigilância epidemiológica.


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