Plano de alinhamento do Cais de Outeirinhos será revisto

Codesp afirma que obra não é prioritária e não conta com recursos para concluir a segunda etapa do projeto

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  23/04/19  -  16:04
  Foto: Carlos Nogueira/AT

Maior investimento portuário do Programa de Aceleração do Crescimento voltado à Copa 2014 (PAC-Copa), o alinhamento do Cais de Outeirinhos, no Porto de Santos, pode ser interrompido de vez. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que a obra não é prioridade e não tem recursos para bancar a 2ª etapa do serviço, avaliada em R$ 275 milhões no final de 2016.


Ao final das intervenções, o que se previa era uma infraestrutura que permitisse a atracação simultânea de seis navios de cruzeiro. Hoje, podem atracar apenas três, que encontram pontos com 4,5 a 7,5 metros de profundidade. Os novos berços teriam 15 metros de fundura.


O diretor-presidente da Autoridade Portuária, Casemiro Tércio Carvalho, lembra que, no passado, disseram que esse projeto resolveria o problema.“A minha pergunta é: Resolve? É uma avaliação. Às vezes um finger de atracação, um dolfim (de amarração) e outra forma de embarque (sanama questão) e não preciso investir R$ 275 milhões”, destacou.


Tércio também propõe um rápido exercício matemático. A Codesp fatura cerca de R$ 12 milhões, ao ano, com o Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais. “Vou investir quase R$ 300 milhões para atender um contrato em que faturo R$ 12 milhões? Estranho não é? Vamos rever isso”.


Histórico


As obras de alinhamento começaram em 2012 e deveriam ter sido entregues antes das partidas da Copa. A intenção era que navios, em travessia, ancorassem no Porto e servissem como hotéis flutuantes aos turistas no período do evento. Resultado: a competição acabou, mas o projeto não foi concluído.


A 1ª etapa do alinhamento do cais teve investimento de R$ 267,2 milhões e levou quatro anos para ser finalizada. Foram entregues 779 metros do costado entre o Cais da Marinha e o T-Grão. Os primeiros 512 metros foram apresentados em junho de 2014.


Passados quase três anos, a obra está parada. Falta alinhar 504 metros de cais em frente ao Terminal de Passageiros Giusfredo Santini. A retroárea seria ampliada de 20 a pouco mais de 30 metros de comprimento.


O projeto também previa a instalação de novas redes de utilidades – de água potável, combate a incêndio, drenagem de águas pluviais, energia elétrica e iluminação pública –, assim como equipamentos complementares (defensas e cabeços).


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