Pandemia afeta setor de contêineres no Porto de Santos

Oferta de contentores está baixa, mas redução não chega a prejudicar clientes, explicam executivos do segmento

Por: Matheus Müller  -  13/01/21  -  16:11
Terminais portuários apostam na movimentação de contêineres para a recuperação do setor
Terminais portuários apostam na movimentação de contêineres para a recuperação do setor   Foto: Carlos Nogueira/ AT

O estoque de contêineres continua em baixa no Porto de Santos e uma recuperação deve ocorrer depois de fevereiro, segundo entidades que atuam no setor. Apesar de a situação servir de alerta, a Reportagem apurou que os clientes têm sido atendidos e não há registro de problemas com a falta dos contentores.


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Apesar de essa baixa não ser apresentada em números, há uma percepção do segmento para essa situação – causada principalmente pela crise gerada com a pandemia, que levou a uma queda das importação, seja pela alta do dólar ou pelo aumento no valor dos fretes.


“A quantidade (de contêineres) procedentes do exterior ainda é limitada e o estoque é apertado, porem ninguém está deixando de atender os clientes e embarques. O mercado encontra-se em linha com essa situação”, disse José Roque, diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), que acredita em uma recuperação ao final de fevereiro.


De acordo com Wagner Souza, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Transportadoras de Contêineres (ABTTC), “esse problema (de falta) de contêineres é mais acentuado nos períodos das safras, onde o fluxo de exportação aumenta significativamente sem um aumento no fluxo de importação”.


No final do ano passado, porém, mesmo fora do período de safra (entre fevereiro e maio), a exportação esteve aquecida pelo setor de granéis, o que agravou esse cenário.
Roque aponta que grande parte dos contêineres está represada na China e em portos europeus. “Há um desbalanceamento entre a movimentação de contêineres de importação e exportação”. A situação apresentada pelo executivo é a seguinte, o Brasil mandou mais contêineres para o exterior do que importou e, portanto, temos menos contentores no País.


Principais baixas


José Roque destaca que os contêineres refrigerados High Cube de 40 pés (12 metros), considerados equipamentos especiais, são os mais afetados. “Os armadores estão fazendo um esforço hercúleo para o retorno desses equipamentos vazios, mas a demanda é muito elevada”.


Os contentores de carga seca de 20 pés (6 metros), segundo ele, têm sido muito usados para exportar commodities (especialmente vegetais), assim como os de carga seca de 40 pés ,para embarques de algodão e madeira no Sul do País.


O diretor do Sindamar aponta que os terminais de contêineres vazios têm realizado um trabalho significativo nos reparos e na disponibilidade de contentores, para que a área comercial não seja afetada e os clientes, atendidos.


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