Ogmo estuda fechar Posto de Escalação número três

Diante da pandemia da Covid-19, órgão gestor quer evitar aglomerações de trabalhadores

Por: Da Redação  -  18/03/20  -  15:56
Cabe ao Ogmo fiscalizar e orientar o uso correto das estações de higienização durante as operações
Cabe ao Ogmo fiscalizar e orientar o uso correto das estações de higienização durante as operações   Foto: Arquivo

O Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) do Porto de Santos estuda fechar o Posto de Escalação nº 3 (P3), que fica na Ponta da Praia, em Santos. A medida visa evitar aglomerações e a propagação do novo coronavírus, já que centenas de trabalhadores avulsos se reúnem diariamente no local. Estivadores são contra a medida e apontam a paralisação das operações como o meio mais eficaz contra a doença. A categoria pretende votar a questão em assembleia.


Na terça-feira (17), chegaram a circular, na comunidade portuária, informações não confirmadas sobre o fechamento do P3 a partir de hoje. Mas o posto está aberto nesta quarta-feira, conforme apurou A Tribuna


O que já é certo é que o Ogmo suspendeu, até o próximo dia 30, o atendimento ao público. O acesso à sede da entidade só será permitido após uma triagem. 


Além disso, plantões de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem estão suspensos no local. Assim, Atestados de Saúde Ocupacional (ASO) serão prorrogados em 60 dias. 


Se o P3 for fechado, os trabalhadores terão de participar da escalação de maneira digital. Desde julho do ano passado, ela já é utilizada por sete categorias de trabalhadores portuários avulsos (TPA), entre eles, conferentes e vigias. Mas os estivadores são contra essa forma de escala. 


Segundo a categoria, com a ferramenta eletrônica, eles são obrigados a realizar o descanso de 11 horas, o que diminui o trabalho e, assim, os rendimentos. 


O presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos e Região (Sindestiva), Rodnei (Nei) Oliveira da Silva, chegou a informar a categoria sobre o fechamento do P3 através de mensagens pelo celular. 


O sindicalista destacou que o risco de contágio do coronavírus é maior durante o contato com a tripulação, no acesso aos gates e aos navios. 


“Outra preocupação é que os navios não estão sendo vistoriados na Barra e, sim, quando já estão ancorados nos terminais, aumentando as chances de contágio, além da falta de algumas iniciativas as quais a Autoridade Portuária não vem tomando, como uma das coisas mais básicas, que seria o álcool gel nos gates, pois todos os trabalhadores portuários avulsos e vinculados, ao adentrarem ao Porto, utilizam o sistema biométrico que é a mão”, afirmou Nei. 


O Sindestiva pretende realizar uma assembleia para convocar uma paralisação no Porto. Mas, segundo a entidade, a categoria se disponibiliza a ajudar quando for necessário o desembarque de cargas como medicamentos ou produtos hospitalares. 


Procurada, a Autoridade Portuária informou que realizou a instalação de distribuidores de álcool gel em mais de 60 pontos do Porto. 


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