Obras de expansão da malha ferroviária paulista devem iniciar imediatamente

A empresa Rumo renovou a concessão até 2058. A estimativa é de que R$ 2 bilhões sejam investidos ainda neste ano

Por: Fernanda Balbino  -  05/06/20  -  13:13
  Foto: Divulgação

Com processos de licenciamento já iniciados, as obras de expansão da malha ferroviária paulista devem ser iniciadas imediatamente. A previsão é da Rumo que assinou, nesta semana, a renovação antecipada do contrato de concessão ferroviária até 2058. A estimativa é de que R$ 2 bilhões sejam investidos ainda neste ano. 


A concessionária fará investimentos que somam mais de R$ 6 bilhões em obras, trilhos, vagões e locomotivas. Com isto, a capacidade de transporte ferroviária em direção ao Porto de Santos saltará dos atuais 35 para 75 milhões de toneladas, podendo chegar futuramente às 100 milhões de toneladas. 


O sistema ferroviário tem 1.989 quilômetros de extensão entre Santa Fé do Sul (SP), na divisa com o Mato Grosso do Sul, e o Porto de Santos. Por seus trilhos, são movimentadas cargas de milho, soja, açúcar, farelo de soja, álcool, derivados de petróleo e contêineres em direção ao cais santista. 


Para o presidente do Conselho de Administração da Rumo, Marcos Marinho Lutz, há muito trabalho a ser feito. Segundo o executivo, ainda neste ano, serão investidos R$ 3,1 bilhões pela companhia. A maior parte deste montante, de R$ 2 bilhões, será investida na malha paulista. 


“As obras na malha ferroviária paulista que viabilizam a expansão da capacidade para o Mato Grosso começam imediatamente. São vários licenciamentos em curso no estado de São Paulo”, destacou Lutz. 


Nos próximos três anos, serão R$ 12 bilhões investidos na expansão ferroviária da Rumo. Com isso, deverão ser gerados 10 mil empregos. Cerca de 40 municípios e 5,3 milhões de pessoas serão afetadas. 


“A distância entre dois mercados não é medida em quilômetros é medida em reais. A gente precisa fazer realmente muitos investimentos ferroviários no Mato Grosso para construir a integração nacional cada vez melhor”, destacou Lutz, que aponta como um sonho a ligação ferroviária entre o Estado e o cais santista. 


Para o presidente da Rumo, João Alberto Abreu, os números do agronegócio justificam os investimentos. E tornam ainda mais importante a ligação do Mato Grosso, maior produtor do País, com o Porto de Santos. 


“O mundo consome em torno de 320 milhões de toneladas de grãos. O Brasil é responsável por quase 40% dessa demanda. O Brasil caminha para ser responsável por 50% da demanda de grãos global. Obviamente, isso é fruto de produtor que continua acreditando e investindo e logística que precisa acompanhar esse processo produtivo para poder escoar essa safra de uma maneira cada vez mais eficiente, competitiva e a custos mais baratos. Essa é um pouco da nossa visão sobre a malha paulista”, afirmou Abreu. 


Novos caminhos 


Na visão do ministro da Infraesrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a renovação do contrato da Rumo representa grandes investimentos e confiança futuro no Brasil. Segundo ele, a prorrogação da malha paulista também mostra um bom ambiente de negócios, a parceria com órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a possibilidade de novas prorrogações. 


“É um momento histórico, que nos permite projetar o futuro, nos permite dar um passo seguinte em novos prorrogações, novos investimentos, investimentos cruzados, construção de novas linhas. E a gente está falando de aumento de oferta ferroviária, de equilíbrio de matriz de transporte e eficiência”, destacou o ministro. 


Já o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Alexandre Porto, apontou as obrigações da Rumo na realização dos investimentos previstos no novo contrato. Segundo o executivo, há uma cláusula resolutiva atrelada aos aportes. 


“Se a concessionaria não cumprir pelo menos 80% das obras previstas, termo aditivo cai e contrato volta para a fórmula original”, destacou o diretor da ANTT.


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