Novo presidente da Codesp demite assessor de José Alex Oliva

Após ter sido aprovado pela Casa Civil na noite da última segunda-feira, Garcia começou a mudar equipe

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  07/11/18  -  09:47
Operação Tritão investiga fraudes em contratos firmados pela Codesp
Operação Tritão investiga fraudes em contratos firmados pela Codesp   Foto: Rogério Soares/AT

As primeiras ações administrativas do novo diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Luiz Fernando Garcia, foram tomadas na terça-feira (6), logo pela manhã. O executivo nomeou o novo superintendente jurídico da estatal e demitiu um assessor da presidência que, segundo funcionários, apareceu poucas vezes na sede da Autoridade Portuária em Santos.


Garcia foi indicado para o cargo de presidente da Codesp na última quarta-feira (31), logo após a deflagração da Operação Tritão, da Polícia Federal. A decisão foi do ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro. No mesmo dia, a indicação foi aprovada pelo Conselho de Administração (Consad) da Docas.


Porém, o executivo teve o seu nome aprovado pela Casa Civil apenas na noite da última segunda-feira (5). Este procedimento era necessário para que o Garcia pudesse exercer suas primeiras funções administrativas no comando do Porto de Santos


E uma das primeiras ações foi exonerar o assessor do ex-presidente José Alex Oliva, Luiz Gustavo Fonseca da Silva. Segundo funcionários da Docas, o executivo, apesar de fazer parte do quadro de funcionários comissionados da estatal há quase dois anos, apareceu poucas vezes na empresa e recebia salário regularmente, sem descontos por faltas.


José Alex Oliva foi detido pela Polícia Federal no dia 31 no Rio de Janeiro (Reprodução/TV Globo)
José Alex Oliva foi detido pela Polícia Federal no dia 31 no Rio de Janeiro (Reprodução/TV Globo)   Foto: Reprodução/TV Globo

A questão foi divulgada por A Tribunaa edição de terça-feira (6). Procurada para esclarecer o caso desde a última segunda, a Codesp não deu detalhes sobre a contratação e nem sobre as atribuições de Fonseca na empresa.


Há ainda outros executivos que devem ser demitidos nos próximos dias, conforme apurou a Reportagem. Tratam-se de funcionários indicados ou que ocupam cargos de confiança vinculados aos presos temporariamente pela Operação Tritão.


Além do ex-presidente José Alex Oliva, mais seis pessoas foram presas. Entre os detidos, estão o ex-diretor de Relações com o Mercado e Comunidade da Docas Cleveland Sampaio Lofrano e o ex-superintendente Jurídico da Codesp Gabriel Nogueira Eufrásio.


Outra medida tomada por Garcia foi designar o gerente do Consultivo e Contencioso Trabalhista da Codesp, Aldo dos Santos Ribeiro Cunha, como o novo superintendente jurídico. O advogado é funcionário da Autoridade Portuária de Santos há pouco mais de sete anos.


Cunha se formou em Direito em 2006, é especialista em Direito e Processo do Trabalho, Direito Público e em Direito Marítimo e Portuário. Ele foi admitido na Companhia Docas de São Paulo em 2 de outubro de 2011 por meio de concurso público. Desde então, já exerceu as funções de coordenador da Comissão Disciplinar, gerente Cível e respondia pela Gerência do Contencioso Trabalhista desde 2016.


Cleveland Sampaio Lofrano, ex-diretor de Relações com o Mercado e Comunidade da Docas, chegando à sede da PF
Cleveland Sampaio Lofrano, ex-diretor de Relações com o Mercado e Comunidade da Docas, chegando à sede da PF   Foto: Carlos Nogueira/AT

Operação Tritão


Após quase dois anos de investigações, a Polícia Federal, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF), identificou fraudes em pelo menos três contratos de prestação de serviços firmados pela Codesp.


Entre eles estão o de digitalização de documentos com a empresa MC3 Tecnologia, o de serviços de informática com a firma N2O Tecnologia, além de pagamento indevido realizado à empresa Domain Consultores, em forma de aditivo contratual.


Logo A Tribuna
Newsletter