Novo arrendamento vai reduzir gargalo na operação de líquidos

Análise é dos consultores Marcos Vendramini e de Ivam Jardim, convidados do programa Fórum Porto & Mar

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  20/08/19  -  18:51
Estudiosos analisaram impacto do leilão dos dois terminais portuários ocorrido na semana passada
Estudiosos analisaram impacto do leilão dos dois terminais portuários ocorrido na semana passada   Foto: Irandy Ribas/ AT

A solução para o gargalo logístico no setor de granéis líquidos no Porto de Santos, onde navios ficam em fila de espera aguardando o momento para atracar, pode estar no arrendamento da área STS13A, na Ilha Barnabé, cujo leilão aconteceu na semana passada, na B3, em São Paulo. 


Está é a avaliação dos consultores portuários Marcos Vendramini e de Ivam Jardim, que participaram nesta segunda-feira (19) do Fórum Porto & Mar, programa de entrevistas do setor portuário transmitido ao vivo às segundas-feiras, às 15 horas, na página do Facebook do Grupo Tribuna. Eles debateram os impactos do leilão de terminais do Porto de Santos ocorrido na semana passada. 


A área STS13A, destinada para granéis líquidos, com foco em combustíveis, foi arrematada pela Aba Infraestrutura, que já atua no cais santista com a empresa de terminais líquidos Adonai e controla o terminal de passageiros Concais. 


“Segundo o que eu conversei com técnicos da Secretaria de Portos, você tem gargalo na tancagem. A Vopak (que ocupou a área STS13A até 2012), um terminal antigo, estava sem operar. Então, você restringe a vazão de descarga do navio, que não opera na plenitude da capacidade”, afirmou Vendramini.  


Jardim explicou que o setor de granel líquido cresce a uma média de 2% ao ano e a ampliação prevista nos arrendamentos ajuda a atender essa demanda. 


“Temos a Margem Direita (do Porto), da Alemoa, que está saturada em questão de berços. E temos a Ilha Barnabé que tem a possibilidade de um quarto pier, que é uma obrigação contratual de uma outra arrendatária, a Ageo, e agora mais esse novo terminal”, afirmou Ivam Jardim.  


Mesmo com esse aumento de movimentação, Vendramini não aposta no aumento do volume total para o Porto. “O mercado volta a ficar mais disputado, mas não tem uma nova carga entrando para ocupar esse terminal. Esse terminal vai tirar carga de alguém que está com sobra. Deve haver uma reacomodação”, avalia.  


Fertilizantes 


A outra área que foi leiloada é a STS20, voltada para fertilizantes e sal, que fica na região de Outeirinhos e atualmente é ocupada pela Pérola S.A. A vencedora do leilão foi a holding Hidrovias do Brasil, que, a partir deste arrendamento, vai operar pela primeira vez no Sudeste. 


“Há expectativa de que esse novo operador tenha um projeto com relação ao modal ferroviário. Acredito que eles, ao ganhar, tenham essa expectativa. Não há de se falar de granéis sem se falar de ferrovia”, analisa Jardim. 


Mão de obra  


Os consultores estimam que as duas áreas devam gerar cerca de 300 empregos na região, quando começarem a operar, o que pode demorar dois anos. 


“A gente espera uma geração de emprego, porém, há uma automatização deste terminal (STS20). Ele deve se manter numa faixa de 250 empregos”, diz Jardim.  


Celulose 


O Plano Mestre do Porto de Santos aponta que celulose é uma das cargas com maior demanda não atendida no complexo. Na semana passada, o Governo Federal demonstrou interesse em relicitar a área hoje ocupada pela Libra.  


“Temos duas empresas que se apresentaram como interessadas, a Bracell e a Eldorado Brasil, que possui um arrendamento no cais santista e teria interesse em uma área em frente ao berço”, diz Jardim. 


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