Maratona de programação inova com soluções tecnológicas

Evento reuniu empreendedores, startups e estudantes para desenvolver projetos para resolver desafios reais

Por: Da Redação  -  06/05/19  -  01:29
Intitulado de Hackathon dos Portos, evento inédito no segmento com duração de 30 horas foi realizado
Intitulado de Hackathon dos Portos, evento inédito no segmento com duração de 30 horas foi realizado   Foto: R. Konda

Foi o tempo em que as empresas não investiam em tecnologia, mas prosperavam. Hoje, quem não se atualiza tende a perder espaço em um mercado ávido por inovações. O Porto de Santos tem navegado nessas águas e, no mês de abril, a Brasil Terminal Portuário (BTP) demonstrou isso ao realizar o hackathon (maratona de programação) BTP Code. Cento e dez pessoas, em 27 grupos, se debruçaram sobre um desafio proposto pela empresa e desenvolveram soluções inovadoras.


O desafio envolvia um problema real enfrentado pela BTP: criar um meio de integrar as janelas de atracação dos navios, a chegada de caminhões e a escala dos profissionais do terminal. Foram 30 horas ininterruptas de dedicação e muitas propostas apresentadas – três times terminaram vencedores.


Mas independente da competição, o diretor da ModalGR, Luiz Simões, que atuou em parceria com a BTP na idealização desse projeto, diz que a maratona se mostrou um celeiro de boas ideias que colocam a Cidade e o Porto de Santos no cenário da tecnologia e inovação. Foram 500 inscritos de todo País, mas apenas 110 selecionados.


“O grande recado que deixamos para a comunidade de tecnologia é que tem empresa do ramo na Cidade, além de negócios, que precisam de tecnologia. Quem trabalha em São Paulo viu um movimento no município, que pode estar começando a puxar eventos, trabalhos e empresas, o que é importante”, diz Luiz Simões.


Como todo hackathon, o BTP Code tem um viés democrático. Qualquer um podia participar, inclusive estudantes, além de startups e empresas. A Universidade Paulista (Unip) foi uma das parceiras da empresa, o que ajudou a difundir ainda mais a oportunidade gerada.


“Isso movimentou o segmento acadêmico. Os alunos ficaram tão entusiasmados que, antes mesmo do Hackathon, já começaram a se reunir para falar sobre o tema. Dar aos alunos a oportunidade de participar de desafios corporativos torna a jornada da universidade ainda mais produtiva”, finaliza o prof. Edson Monteiro, reitor da Unip.


Processo Criativo


O empreendedor educacional Michael Jackson Moraes foi um dos mentores do BTP Code. Sua função: ajudar os participantes, mediante algumas técnicas e sem influenciar na decisão, a encontrar e alavancar as soluções.


“Por mais que fosse (um hackathon) bem direcionado (o primeiro realizado no Porto), houve muita criatividade, com ideias bem legais voltadas à inteligência artificial, mapeamentos, monitoramento ambiental, técnicas de reconhecimento facial e de emoções”, conta Michael.


Outro mentor do BTP Code foi a startup programs & community manager Tandara Costa, da São Paulo Negócios, a agência de promoção de investimentos e exportações ligada à Prefeitura de São Paulo. Segundo ela, a ação proposta é muito importante para oxigenar o ambiente de novos negócios e trazer inovação para os diferentes setores em Santos e no mundo.


“Abre oportunidades para os talentos aparecerem e para melhorar cada vez mais o ambiente da Cidade que é tão importante para o Brasil”, destacou Tandara.


Equipe vencedora reduz ociosidade dos terminais portuários


A campeã do BTP Code foi a ScaleUP, que apresentou uma plataforma de auto-mação das escalas portuárias. Ela promete reduzir a ociosidade dos terminais portuários, com base na geolocalização dos navios, na previsão do clima e do tempo, na escala e na previsão de plantão dos funcionários. Em caso de mudança, os profissionais são avisados antes por SMS, painel web e aplicativo. Integrantes: Jairo Iglesias, Igor Halfeld, Ian Oliveira, Emerson Silva.


Segunda colocada, a equipe DokiCode apresentou um sistema de reconhecimento facial para substituir o cartão de ponto. Ele promete fazer uma avaliação do funcionário antes, durante e depois do horário de trabalho, analisando se está cansado, triste ou feliz. Os dados são encaminhados a diversas áreas da BTP, que cruzam a informação com os dados de performance. Equipe: Carlos Doki, Camila Doki, Lucas Doki e Rodinei dos Santos.


A proposta da equipe BTPPlus, terceira colocada, é que, através do comando de voz nos totens da empresa, os funcionários tenham acessos a informações das pendências profissionais. Dessa forma, se o empregado tiver horário livre, pode realizar cursos obrigatórios, por exemplo.


O serviço tende a aliviar a demanda do setor de RH. Integrantes: Augusto Bondança, Carla Teodoro, Júlio Cesar dos Santos e Matheus Catossi.


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