Depois de preocupar autoridades com a possibilidade de virar e contaminar o canal do Porto de Santos, e na sequência de um trabalho de mais de uma semana para a retirada de água de tomou conta da casa de máquinas, o navio oceanográfico Professor W. Besnard não corre mais risco imediato de afundar. Mas o seu destino ainda é incerto.
A embarcação, que é ícone da história da Oceanografia, realizando a primeira expedição nacional oficial à Antártida, nos anos 1980, está inoperante no complexo portuário santista desde 2008, quando sofreu um incêndio.
No início do mês, numa vistoria feita pela Autoridade Portuária de Santos (APS) e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), constatou-se um adernamento (inclinação da embarcação para um dos lados) e o mau estado de conservação do navio.
A APS determinou ao Instituto do Mar (Imar), entidade proprietária da embarcação, a tomada de providências urgentes. Mas como o Imar alegou não ter recursos financeiros para a adoção das medidas necessárias, a entidade responsável pelo Porto realizou o serviço de emergência.
A operação de retirada da água da casa de máquinas do navio começou no início da semana passada e, de acordo com o Ibama, foram retirados do local 140 mil litros de água, que devem passar por um processo de purificação. Outros 3 mil litros de óleo devem ser removidos até hoje. A agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, chefe do Ibama em Santos, afirma que foram encontrados outros 16 recipientes com 50 mil litros de óleo a bordo.
“Tivemos que tomar providências. Se ele (o navio) tombasse, esse óleo poderia correr para o Canal do Porto e o impacto ambiental seria muito grande”, diz Ana Angélica.
O presidente do Instituto do Mar, a quem o navio pertence, Fernando Liberalli Simoni, descarta que houvesse qualquer risco do Besnard afundar.