Leilões de áreas da Alemoa devem atrair novos operadores ao Porto de Santos

Licitações para o arrendamento dos lotes STS08 e STS08A serão “bastante” disputadas, projetam consultores

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  31/01/21  -  13:05
Região portuária da Alemoa, na Margem Direita do complexo santista
Região portuária da Alemoa, na Margem Direita do complexo santista   Foto: Carlos Nogueira/AT

Os dois próximos leilões de terminais do Porto de Santos devem ser “bastante disputados”, segundo especialistas no setor. Porém,ainda há pontos que merecem atenção na proposta do Governo Federal. O impacto das novas operações no trânsito, na região da Alemoa, é uma das preocupações, tendo em vista que a logística deverá ser realizada por caminhões.


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Os lotes STS08 e STS08A, queterão foco na operação de granéis líquidos, devem ir a leilão no segundo trimestre do ano. Os estudos estão em análise no Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o Governo, o arrendamento das áreas deve motivar investimentos de R$ 1,06 bilhão, sendo R$ 265,5 milhões no STS08 e R$ 791,8 milhões no STS08A.


De acordo com a Autoridade Portuária de Santos, os recursos serão destinados à modernização, ao aumento de capacidade dos terminais e à construção de um novo píer com dois berços de atracação. As áreas são contíguas (hoje, nelas, está o terminal da Transpetro, da Petrobras) e somam 443 mil metros quadrados, mas serão licitadas separadamente, com 137,3 mil metros quadrados do STS08 e 305,6 mil metros quadrados do STS08A.


“Eu entendo que o STS08 deve ser o mais disputado, por estar mais próximo do modelo de prestador de serviço dos terminais já existentes e por ter menos obrigações de investimentos. O STS08A, eu acredito ser menos interessante ao mercado pelo volume de investimentos obrigatórios”, destacou o economista Fabrizio Pierdomenico, consultor portuário.


A mesma opinião tem o engenheiro Marcos Vendramini. Para ele, o STS08A deve arrecadar os maiores valores de outorga. E deverá despertar o interesse de empresas do setor de gás. “A área permitirá a implantação de uma capacidade de tancagem muito grande, com a consequente necessidade de movimentação em um cenário onde todos os players locais ainda têm muito espaço para crescer com os recursos existentes”, afirmou.


Por outro lado, o lote mais disputado será o STS08. “Mas, dificilmente, no meu entender, algum player já estabelecido em Santos (excetuando a Petrobras e suas subsidiárias) participará do certame, dado que todas ou já possuem áreas suficientes para expandir, acabaram de construir novas instalações ou sagraram-se vencedoras em leilões recentes”, explicou Vendramini,


Para Pierdomenico, a empresa que opera a área dos dois lotes atualmente – a Transpetro – deve entrar na disputa. “Devem vir novosplayers (no leilão). E acredito que a Transpetro, atual arrendatária, seja uma das empresas a participar. O otimismo (em relação a essas duas licitações) é justificável pois qualquer ativo no Porto de Santos sempre atrai o interesse dos investidores, pois é o mais importante e o mais estratégico porto do País”, destacou.


Compartilhamento


Para Vendramini, o compartilhamento de áreas entre a Transpetro e o novo arrendatário, durante a fase de implantação dos terminais, pode causar conflitos. Para o consultor, este é um ponto que deve ser avaliado antes da publicação do edital, o quedeve ocorrer até o final de março.


“Quais as normas de trabalho e execução de serviços que prevalecerão? Sabe-se que a Petrobras, por exemplo, possui normas e horários típicos de estatais, cujo emprego pode tornar mais dispendioso o desenvolvimento de trabalhos quando comparado à empresas privadas que igualmente utilizam normas e boas práticas internacionais de segurança”, disse o engenheiro.


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