Ibama investiga mancha encontrada na Barra de Santos

Órgão ambiental suspeita de que material veio de navio fundeado nessa região da costa

Por: Fernanda Balbino  -  12/01/19  -  11:02
Carregado com fertilizantes, o navio Rook atracou no Porto na última sexta-feira (11)
Carregado com fertilizantes, o navio Rook atracou no Porto na última sexta-feira (11)   Foto: Carlos Nogueira/AT

O Instituto Brasileiro de Recusos Naturais Renováveis (Ibama) investiga uma mancha de mais de dois quilômetros de extensão que surgiu na Barra de Santos, onde ficam fundeados os navios que seguem em direção ao Porto. A suspeita é de que o produto tenha como origem uma embarcação carregada com fertilizantes. Segundo o órgão federal, o armador será autuado na próxima semana. A multa varia de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.


O flagrante ocorreu na última quinta-feira, durante patrulhamento da Receita Federal na Barra. O navio Rook estava com 10.852 toneladas de fertilizantes e aguardava uma vaga para atracar no cais santista.


De acordo com a agente ambiental federal do Ibama, Ana Angélica Alabarce, todo o entorno da embarcação estava tomado pela mancha. E ela se espalhou por Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá. “A foto é bem clara e mostra que esse vazamento ou lançamento estaria vindo desse navio. O Ibama foi acionado e nós montamos uma operação e fomos até o local”, afirmou.


Com as imagens em mãos, a responsável pelo Ibama determinou a coleta de amostras da mancha. As investigações também incluem a coleta de depoimentos do comandante da embarcação e de tripulantes, além de uma vistoria no navio.


A suspeita é de que os porões da embarcação tenham sido lavados e os resíduos de produtos químicos, despejados no mar. Também há a hipótese de que o produto tenha vazado acidentalmente.


“Ele (o navio) tem cinco tanques. Dois estão limpos porque descarregaram em outro porto. Fica a interrogação se (a mancha) não poderia ter surgido após esta limpeza. Mas nós não podemos afirmar nada ainda porque está tudo em investigação e análise, porque nós coletamos amostras que serão analisadas em laboratório”, destacou a Ana Angélica.


Segundo a agente ambiental do Ibama, o comandante da embarcação nega que os porões tenham sido limpos. A agência responsável pela embarcação deverá contestar o auto de infração que será emitido.


“O navio justifica que não tem nada a ver. Estamos levantando para não sermos irresponsáveis porque a foto está ali, elas não mentem. É uma mancha de tipo de material e chegamos a conclusão ser de fertilizante. E está confirmado que esse navio carrega fertilizantes”, afirmou a agente.


Outro lado


Procurada, a Agência Marítima Orion, responsável pela embarcação graneleira, preferiu não se posicionar sobre o caso.


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