Estiva suspende assembleia que debateria paralisação no Porto de Santos

Sindicato seguiu recomendação do escritório de Santos da Procuradoria do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho (MPT)

Por: Régis Querino  -  23/03/20  -  02:03
Atualizado em 23/03/20 - 02:04
Covid-19: Momento exige responsabilidade
Covid-19: Momento exige responsabilidade   Foto: Matheus Tagé/AT

Diante das recomendações do escritório de Santos da Procuradoria do Trabalho, do Ministério Público (MP) do Trabalho, o Sindicato dos Estivadores de Santos e Região decidiu suspender a assembleia que faria nesta segunda-feira (23), em frente a sua sede, no Paquetá, para deliberar sobre a paralisação da categoria.


No início da tarde deste domingo (22), a unidade local do MP do Trabalho emitiu uma notificação recomendando que assembleias e deliberações ocorram “por meio telemáticos”. E se o trabalhador não conseguir participar dessa forma, que a reunião ocorra respeitando “os protocolos de distanciamento social, etiqueta respiratória e medidas sanitárias”.


Horas depois, à noite, o Sindicato dos Estivadores divulgou a suspensão da assembleia. Em nota, o presidente da entidade, Rodnei da Silva, o Nei da Estiva, afirmou que, “diante desses pedidos, resolvemos cancelar a assembleia por também entendermos o que estamos vivendo nesse momento, porém queremos aproveitar a ocasião para mostrar mais uma vez a urgência que o Governo, através do Ministério dos Transportes (Infraestrutura), tem em regulamentar a garantia mínima de ganhos aos trabalhadores avulsos, como também as condições básicas de garantia a saúde, a todos os TPAs (trabalhadores portuários autônomos) dos portos do Brasil”.


Nei também pediu que “o Governo se posicione nesta segunda sobre essas condições, pois sabemos o que estamos enfrentando, sendo uma das linhas de frente com o coronavírus.


A insatisfação dos trabalhadores se junta às reclamações do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Portuária (Sindaport), que demanda ações sanitárias contra o novo coronavírus e não descarta uma greve. O vice-presidente do Sindaport, João de Andrade Marques, frisou que é crescente a apreensão em razão da falta de estrutura sanitária adequada nos ambientes de trabalho, colocando as pessoas em risco.


“Aumentou o trabalho e o risco do vírus, o pessoal está apreensivo, pois falta material básico para a higiene. Qualquer um que passa pelo gate (portão) tem contato com os guardas, que têm que manusear documentos, e com as unidades fiscalizadoras da Codesp”, diz.


Outro lado


Em nota, a Autoridade Portuária de Santos garantiu que “segue as recomendações e determinações das autoridades de saúde no combate à Covid-19 e instalou álcool em gel em mais de 60 pontos ao longo das instalações portuárias, com atenção aos gates de acesso e locais de maior circulação”.


A Autoridade Portuária afirmou ainda que o álcool em gel “se encontra praticamente indisponível no mercado” e que, na falta do produto, “providenciou a compra e distribuição de outros produtos de igual eficácia para higienização”.


Em relação aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), a SPA disse que os empregados “estão sendo orientados quanto ao melhor uso de máscaras e outros recursos, bem como das demais atitudes em relação à prevenção”.


Logo A Tribuna
Newsletter