Eldorado projeta crescimento nas operações no Porto de Santos em 2020

Empresa planeja disputar licitação de novos terminais no cais santista

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  02/01/20  -  22:02
Eldorado conta com instalação para operação de celulose na região de Outeirinhos, no Porto de Santos
Eldorado conta com instalação para operação de celulose na região de Outeirinhos, no Porto de Santos   Foto: Carlos Nogueira/AT

Com a expectativa de crescimento nas operações a partir do segundo trimestre do ano, a Eldorado Brasil segue otimista em relação a 2020. A empresa prevê, além do aumento de movimentação de cargas, concorrer ao arrendamento de, pelo menos, uma área voltada aos embarques de celulose no Porto de Santos.


O Governo Federal prevê a implantação de dois terminais de celulose no cais santista: um no Macuco e outro na Ponta da Praia, em áreas anteriormente ocupadas pelo Grupo Libra.


O projeto prevê um acesso ferroviário para as cargas. Mas a questão é vista com preocupação pelo setor, pois há o risco de que obras não sejam concluídas até o início das operações.


É o que aponta o gerente-geral de logística da Eldorado Brasil Celulose, Flávio da Rocha Costa. “A expectativa é muito boa. A gente participou da audiência pública, fizemos sugestões para a montagem do edital. A gente espera que ele saia entre janeiro, no máximo em fevereiro. E a partir do momento que a gente tiver o edital, vamos analisar as condições. O que a gente não pode é ter risco jurídico de construir o terminal, montar o terminal e não ter condições de operá-lo, que seria através da utilização das ferrovias”.


A previsão é de que os leilões aconteçam em abril e as operações sejam iniciadas apenas em 2022. Até lá, o arrendatário vencedor deve garantir licenças para a realização de obras, além da compra de equipamentos.


O gerente-geral da Eldorado aponta que cada um dos novos terminais terá quase quatro vezes o tamanho da instalação operada pela empresa hoje no cais santista. Além disso, terão acesso aos berços e, com isso, não serão impactados pelo trânsito de veículos e trens.


Segundo Costa, Santos responde por 75% das exportações de celulose da Eldorado. Mas esse percentual já foi maior. Além do cais santista, a empresa opera em portos como Navegantes (SC), Paranaguá (PR), Itapoá (SC) e São Francisco do Sul (SC) que, segundo o executivo, apresentam maiores atrativos.


“Em 2019, a gente teve uma boa oferta dos armadores de contêineres para a região Sul e ela oferece um menor custo quando se trata de operação de contêineres, estufagem, e também no breakbulk [carga geral solta]. Hoje a gente tem uma operação de breakbulk em São Francisco do Sul, onde a gente faz toda a nossa operação para os Estados Unidos lá”, explicou o executivo.


Segundo Costa, metade da produção é escoada em caixas metálicas, com cerca de 26 toneladas, o equivalente a cerca de 12 fardos de celulose. Já o restante é carregado diretamente nos porões das embarcações.


Mão de obra


O gerente da Eldorado aponta a necessidade de treinamento de mão de obra para a modernização das operações. Neste contexto, o executivo destaca planos de parcerias com sindicatos de trabalhadores. E refuta a tese de que operações com celulose empregam pouco.


“Hoje, a celulose utiliza em torno de quase 20 pessoas em um terno de seis horas. Quando você vai para o contêiner, é a metade disso”, afirmou Flávio Costa.


O executivo da Eldorado também destaca que tem conversado com sindicatos sobre a modernização das atividades. “A gente não pensa em ficar com essa operação braçal que a gente vem operando. A gente tem a intenção de ter uma evolução, de fazer algumas operações automatizadas e a gente vem debatendo com sindicatos como a gente está preparando essa equipe, os avulsos que estão na operação e os cadastrados no Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), como eles estão se preparando para o futuro?”, questiona.


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