Eldorado e Bracell vencem lotes de terminal de celulose no Porto de Santos

Leilão promovido pelo Governo Federal ocorreu na manhã desta sexta-feira (28)

Por: Fernanda Balbino  -  28/08/20  -  16:46
Leilão de terminais de celulose do cais santista ocorreu nesta sexta-feira (28)
Leilão de terminais de celulose do cais santista ocorreu nesta sexta-feira (28)   Foto: Divulgação/Minfra

A Eldorado Celulose e a Bracell SP Celulose arremataram as duas novas áreas para a operação de celulose do Porto de Santos. Com uma oferta de R$ 250 milhões, a Eldorado arrendou o STS 14 pelos próximos 25 anos. Já o lote STS14A recebeu o lance de R$ 255 milhões e será operado pela Bracell. O leilão promovido pelo Governo Federal, na manhã desta sexta-feira (28), dá uma nova destinação à área anteriormente ocupada pelo Grupo Libra no cais santista. Além disso, a Autoridade Portuária de Santos terá um reforço de caixa de R$ 505 milhões em outorgas.


O STS14 recebeu três propostas iniciais. A primeira, da Maxcel Empreendimentos, teve o valor de R$ 1 mil. Em seguida, a Bracell SP Celulose ofertou R$ 50 milhões e 1 mil. Por fim, a Eldorado apresentou a oferta de R$ 100 milhões.


Na sessão viva voz, Bracell e Eldorado intercalaram propostas 5 milhões mais caras. Quando a primeira chegou aos R$ 235 milhões, a vencedora apresentou o lance de R$ 250 milhões, que não foi superado.


Já o STS14A recebeu propostas das mesmas empresas. A primeira, da Maxcel Empreendimentos, teve o valor de R$ 1 mil. Em seguida, a Eldorado Celulose apresentou a oferta de R$ 180 milhões. Enquanto isso, a Bracell SP Celulose ofertou R$ 100 milhões e 1 mil.


Durante os lances em viva-voz, Eldorado e Bracell disputaram o lote STS14A até que a primeira colocada ofereceu R$ 260 milhões pela área. O lance da segunda colocada foi de R$ 255 milhões.


Porém, a Eldorado preferiu operar o STS14 e a Bracell ficará responsável pela operação da segunda área, o STS14A. Neste caso, a área foi arrematada por R$ 255 milhões.


Estes são os primeiros arrendamentos de áreas do Porto de Santos desde 2010 em que as outorgas irão para os cofres da Autoridade Portuária, que poderá reinvestir os valores para garantir infraestrutura no Porto. Nos últimos processos licitatórios, realizados em 2015 e em 2019, os recursos foram para o caixa do Tesouro.


O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, comemorou o resultado do que, para ele, foi “um dia de festa”. “Duas novas companhias ganham terminais no Porto de Santos e finalidade da política pública é dar cais para quem precisa de cais, possibilitar o acesso portuário”, afirmou.


Freitas também falou sobre os valores arrecadados em outorgas. “É folego para solução de passivos, para a realização de investimentos, para desligamento e enxugamento da companhia e a preparação que nós estamos fazendo para a desestatização, que vai ser marco na história do setor portuário brasileiro”.


Leilão foi comandado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas
Leilão foi comandado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas   Foto: Ricardo Botelho/Minfra

Detalhes do arrendamento 


Os arrendamentos das áreas anteriormente ocupadas pelo Grupo Libra, no Macuco e na Ponta da Praia, poderão ser prorrogados, sucessivamente, até o limite máximo de 70 anos.  Além dos investimentos de cerca de R$ 400 milhões previstos nos editais, os negócios poderão envolver ainda desembolsos adicionais para acessos rodoferroviários da ordem de R$ 40 milhões. 


O novo arrendatário pagará dois valores de arrendamento à Autoridade Portuária ao longo do contrato: um fixo e um variável. No STS 14, serão R$ R$ 199.512,51 mensais e R$ 1,72 por tonelada movimentada. Já no STS 14A, serão R$ 170.238,20 e R$ 1,46, respectivamente. Assim, somente a título de arrendamento fixo a estatal receberá R$ 110,9 milhões durante os 25 anos. 


O STS 14, com 44.550 m², poderá movimentar aproximadamente 2,5 milhões de toneladas por ano, com investimento de R$ 186,9 milhões. O STS 14A, com 45.177 m², terá a mesma capacidade e investimento de R$ 193 milhões.  


Em ambos os casos, os investimentos mínimos envolvem obras de construção de armazém, aquisições de conjuntos de pontes rolantes com cobertura para área de recepção ferroviária e de equipamentos para carregamento e transporte, além de remoção de equipamentos remanescentes nas áreas.


Arrendamento de áreas de terminais de celulose no Porto de Santos
Arrendamento de áreas de terminais de celulose no Porto de Santos   Foto: Alexsander Ferraz/AT

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