Dragagem do Porto está parada há um mês

Draga que atuava no cais santista foi retirada da região no início de janeiro

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  04/03/21  -  17:14
Atualizado em 04/03/21 - 17:29
Draga em atuação no canal do Porto de Santos: segundo a APS, ausência do serviço não afetou calado
Draga em atuação no canal do Porto de Santos: segundo a APS, ausência do serviço não afetou calado   Foto: Carlos Nogueira/AT

O serviço de dragagem do Porto de Santos está suspenso há mais de um mês. Até agora, porém, não foram registrados pontos de assoreamento (deposição de sedimentos) no Canal do Estuário. Mas usuários do complexo marítimo temem impactos, principalmente diante da possibilidade da vinda de navios de até 366 metros de comprimento ao cais santista. 


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A draga destacada para o serviço, a Seine, foi deslocada em 2 de fevereiro, quando se comemora o aniversário do Porto. De acordo com o site Marine Traffic, a embarcação está no Porto de Conacri, na Guiné, desde o último dia 17. 


Procurada, a Autoridade Portuária de Santos (APS) informou que a decisão de remoção do equipamento foi da DTA Engenharia. Também apontou que “solicitou à empresa contratada para o serviço de dragagem de manutenção do canal e berços que realoque para o Porto de Santos os equipamentos para a continuação do serviço”. 


Em nota, a DTA Engenharia destacou que a remoção da draga aconteceu para que o equipamento não ficasse ocioso, já que o Porto está todo dragado. “Em outras palavras: planejamento operacional de dragagem, absolutamente normal nesse tipo de obra”. 


Segundo a empresa, isso foi possível “por conta de uma inteligência de dragagem exclusiva desenvolvida pela DTA. Obras performadas e mais baratas, equipamentos otimizados e foco no cliente”. E destacou que a obra é realizada há mais de um ano sem problemas no cais santista. 


Preocupação


Porém, usuários do Porto de Santos temem que a interrupção dos trabalhos cause assoreamentos no canal. O diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, foi pego de surpresa pela notícia. 


“Nós não recebemos nenhuma informação sobre a interrupção de dragagem. Mas nós sempre nos posicionamos que a dragagem tem que ser constante, até por assoreamentos que possam ocorrer devido às intempéries climáticas. E os meses de fevereiro e março são de chuva e isso nos preocupa bastante”, afirmou Roque.


Autoridade Portuária


Além de destacar que pediu o retorno da dragas ao Porto de Santos, a Autoridade Portuária afirmou que “está tomando as providências para a retomada da dragagem de manutenção. O calado operacional do Porto está mantido ainda que com a ausência momentânea do serviço”.


O diretor de Operações Portuárias da Santos Brasil, Roberto Teller, também não foi informado oficialmente sobre a interrupção da dragagem. Segundo ele, um eventual assoreamento adiaria os testes e as negociações necessárias para a vinda de grandes cargueiros ao complexo.


“Nos preocupa atravessarmos novamente em um período de incertezas e instabilidade no canal do Porto, uma vez que a draga foi retirada de Santos em um momento complexo, de grande movimentação de carga, bem como da liberação dos testes dos navios de 366 metros que são fundamentais para a evolução do Porto de Santos”.


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